Conheça a história real que inspirou A Casa do Dragão

A Casa do Dragão é a mais nova e famosa série da HBO! Criada por Ryan J. Condal e com base na obra George R. R. Martin, a trama segue a história de um conflito entre duas facções da dinastia Targaryen que viviam no continente de Westeros.

A história começa durante o reinado de Viserys I Targaryen (Paddy Considine). Depois que sua esposa falece e nenhum dos seus filhos homens sobrevive à infância, Viserys se vê obrigado a nomear sua filha Rhaenyra (Milly Alcock (jovem) e Emma D’Arcy (adulta)) como herdeira do Trono de Ferro. Isso gera um conflito com seu irmão Daemon (Matt Smith) que também estava de olho no trono.

Porém, Viserys acaba se casando de novo e com sua nova esposa, Alicent Hightower (Emily Carey (jovem) e Olivia Cooke (adulta)), tem quatro filhos juntos, sendo três meninos e uma menina.

Assim, depois da morte de Viserys, uma guerra civil começa na família Targaryen, com Rhaenyra de uma lado e os filhos de Viserys e Alicent do outro. Todos em busca do Trono de Ferro.

Trono de Ferro - A Casa do Dragão
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Mas o mais surpreendente é que toda essa história fantástica e épica da Casa do Dragão tem inspiração em eventos reais!

A Obra de George R. R. Martin

A Casa do Dragão se baseia principalmente no livro de ‘Fogo & Sangue’ escrito por Martin em 2018. A história desse livro se passa antes da série principal que são as ‘Crônicas de Gelo e Fogo’, das quais a popular série Game of Thrones se inspirou.

Fogo e Sangue baseia a série a Casa do Dragão
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Então podemos dizer que A Casa do Dragão é um prequel de Game of Thrones. E bem, com esse universo cheio de magia, dragões e muitas coisas sobrenaturais, é óbvio que ele não é baseado em uma história real.

Entretanto, em vários momentos da história, Martin se baseou em eventos reais. Por exemplo, os livros das Crônicas de Gelo e Fogo tem uma vaga inspiração na Guerra das Rosas.

Essa guerra ocorreu no século XV, e ela foi travada para decidir quem seria o próximo governante da Inglaterra. A batalha contava com a Casa Lancaster e a Casa York, as duas sendo ramificações da dinastia da época, a Casa de Plantageneta.

Já na ficção de Martin, a guerra civil Targaryen que é retratada na Casa do Dragão, ficou conhecida posteriormente como “A Dança dos Dragões” ou até mesmo “A Morte dos Dragões”.

Como a realidade está implícita no universo de Martin

Durante a recente Comic-Con de San Diego 2022, Martin revelou que ele inspirou num período da história inglesa conhecido como A Anarquia.

A Anarquia foi outra guerra civil inglesa, mas que também envolveu a Normandia. Ela se deu pela sucessão do trono por parte da imperatriz Matilde, filha do Rei Henrique I, e por Estêvão de Blois, sobrinho de Henrique.

Essa batalha aconteceu entre 1138 e 1153, e ela destruiu tanto a ordem e a lei do reino que ficou conhecida como Anarquia.

Na Comic-Con, um membro da plateia questionou Martin do motivo de Game of Thrones parecer ser “anti-rainha”, o que levou o autor a mencionar a conexão entre a Guerra das Rosas e GoT. Além de explicar em detalhes como a Anarquia influenciou A Casa do Dragão.

Ryan Condal e George R. R. Martin na Comic-Con 2022 para falar da Casa do Dragão.
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“A Casa do Dragão tem base em um período anterior da história chamado A Anarquia, quando o único filho legítimo de Henry I, então o rei da Inglaterra, se afogou, enquanto tentava atravessar o Canal da Mancha. Então ele ficou com apenas um herdeiro legítimo, sua filha Matilda.”, disse o Martin.

“Ele a nomeou sua herdeira, fez todos os Lordes do reino jurarem sua fidelidade a ela, e então alguns anos depois ele morreu, e a maioria dos Lordes do reino se esqueceram disso. Aí vem seu primo Stephen que atravessa o Canal, rouba o Tesouro e se coroa rei. Então você entrou em um período chamado A Anarquia, quando Matilda, ou Maude como era conhecida, e o primo Stephen lutaram por duas décadas. Foi horrível e sangrento. Essa foi a inspiração. Não acho que Westeros seja particularmente mais ‘anti-mulher’ ou mais misógino do que a vida real e o que chamamos de história.”.

A diferença entre as sagas

Mesmo que tenha o mesmo escritos, “As Crônicas de Gelo e Fogo”, e “Fogo e Sangue” possuem diferenças em suas formas de escritas. Sendo o 2º mais descritivo do que narrativo.

Martin escreveu o livro como se fosse um livro da história do mundo de Westeros, na perspectiva do Arquimeistre da Cidadela de Vilavelha, Gyldayn.

No vasto universo de GoT, o Arquimeistre Gyldayn escreveu um livro de história que nunca foi terminado. Ele se chamava “Fogo & Sangue, uma história dos reis Targaryen de Westeros”. Seu primeiro volume cobre desde os anos da conquista de Aegon I até a regência de Aegon III.

O Arquimestre Gyldayn não teve um grande destaque na obra, mas fontes semi-canônicas mostram que ele viveu durante o reinado de Robert I Baratheon, ou seja, antes dos eventos da primeira temporada de GoT.

Assim o livro do Gyldayn tem como base quatro fontes principais para o episódio da Dança dos Dragões. São eles: os relatos do Grande Meistre Orwyle, Grande Meistre Munkun, Septão Eustáquio e o bobo da corte Cogumelo.

O Grande Meistre Orwyle serviu o Rei Aegon II Targaryen (o filho mais velho de Viserys I e Alicent Hightower). Ele acabou sendo preso pelo povo que era leal a Rainha Rhaenyra, e escreveu sua história enquanto estava preso.

Rhaenyra na Casa do Dragão.
Imagem: Screenrant

Já o Grande Meistre Munkun leu o trabalho de Orwyle e também escreveu um livro chamado “A Dança dos Dragões, Uma História Verdadeira”.

O Septão Eustáquio também escreveu uma história com base nos eventos que ficou conhecido como “O Reinado do Rei Viserys, Primeiro de Seu Nome, e a Dança dos Dragões Que Veio Depois”. Esse livro possuía um relato mais inclinado para o Aegon II do que para a Rhaenyra e era pouco fiel.

E o bobo Cogumelo, era uma pessoa pequena, que teve a oportunidade de se apresentar no castelo para várias gerações de Targaryens, como Viserys, Rhaenyra, Aegon II e Aegon III.

Um escriba desconhecido registrou seus testemunhos, que estavam repletos de “pequenas, porém obscenas fofocas, traições, esfaqueamentos, seduções e libertinagens, cometidos pelos Targaryens ao longo dos anos”.

Assim a famosa série da Casa do Dragão realmente não é uma história verdadeira, mas Martin teve como base uma história real para escrever o livro.