Brasileira acusa Netflix de plágio com a série 1899

A série 1899, recentemente lançada pela Netflix, pode ter sido um plágio de quadrinhos de 2016. Isso mesmo que você leu. De acordo com informações transmitidas através das redes sociais de Mary, a autora dos quadrinhos, 1899 da Netflix é um plágio de sua história. Vem com a gente acompanhar essa bagunça (mas que vamos organizar para você entender, prometo). 

1899
IMAGEM: REPRODUÇÃO NETFLIX

Sobre 1899

Lançada no dia 17 de novembro, 1899, a série dos criadores  Baran bo Odar e Jantje Friese, os mesmos criadores de “Dark”, está disponível na Netflix. A trama apresenta imigrantes da Europa em busca de um novo lar em um país diferente. Ao descobrir um navio perdido meses antes de sua viagem, sua busca toma um rumo surpreendente. O que encontram a bordo da embarcação transforma sua esperança em um pesadelo insuportável.

Confira a sinopse da série

“Todos sonham com um futuro melhor no Exterior. Quando eles descobrem um segundo navio em mar aberto que está desaparecido há meses, sua jornada toma um rumo inesperado. O que eles encontram a bordo transforma sua travessia para a terra prometida em um mistério de pesadelo”.

1899 é um plágio?

Desde seu lançamento no último dia 17, a série da Netflix está sendo muito comentada nas redes sociais. Porém, diferente de como deveria ser, 1899 não está na boca do povo somente por conta de sua história, mas sim por causa de uma imensa polêmica: plágio. A cartunista brasileira Mary Cagnin criou uma thread no Twitter apontando as semelhanças entre sua obra e a série, com detalhes minuciosos. 

Se você ainda não assistiu a série, me sinto na obrigação de avisar que, a partir dessa daqui, teremos alguns spoilers da história para poder explicar melhor o que está acontecendo. Segue abaixo o que Mary contou em sua conta no Twitter a respeito do possível plágio de sua história em quadrinhos:

ESTOU EM CHOQUE.  O dia que descobri que a série 1899 é simplesmente IDÊNTICO ao meu quadrinho Black Silence, publicado em 2016.  Segue o fio.

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IMAGEM: TWITTER

SPOILERS À FRENTE.  Está tudo lá: A pirâmide negra. As mortes dentro do navio/nave. A tripulação multinacional. As coisas aparentemente estranhas e sem explicação. Os símbolos nos olhos e quando eles aparecem (+)

IMAGEM: TWITTER

As escritas em códigos. As vozes chamando por eles. Detalhes sutis da trama, como dramas pessoais dos personagens, incluindo as mortes misteriosas.

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IMAGEM: TWITTER

Você deve estar se perguntando: como isso é possível? Pois bem, em 2017 fui convidada pela embaixada brasileira a participar da Feira do Livro de Gotemburgo, uma feira internacional muito famosa e influente na Europa.

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IMAGEM: TWITTER
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IMAGEM: TWITTER

Participei de painéis e distribuí o quadrinho Black Silence para inúmeros editores e pessoas do ramo. Não é difícil de imaginar o meu trabalho chegando neles. Eu não só entreguei o quadrinho físico como disponibilizei a versão traduzida para o inglês.

Já chorei horrores. Meu sonho sempre foi ser reconhecida pela meu trabalho nacionalmente e internacionalmente. E ver uma coisa dessas acontecendo realmente parte meu coração. Sabemos que no Brasil temos poucas oportunidades para mostrar nosso trabalho e ser reconhecido por ele.

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IMAGEM: TWITTER

Tive a oportunidade que muitos quadrinistas nunca tiveram: de poder mostrar meu trabalho para o público internacional. Gente. Eu dei palestras. Falei sobre o plot. Apresentei para pessoas influentes da área. O negócio é sério.

Obviamente, Black Silence é uma obra curta, quase um conto. É muito fácil, em 12h de projeção da série, diluir todas essas “referências”, mas a essência do que eu criei está lá.

A cartunista ainda disponibilizou o link com sua obra para aqueles que quiserem tirar suas próprias conclusões. E você, o que acha a respeito do assunto? Nos conte e vamos debater sobre essa polêmica. 

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