Hideo Azuma ganha o prêmio Gran Guinigi pelo mangá Shissō Nikki

 

Cerimônia de premiação acontecerá no festival italiano Lucca Comics & Games de 30 de outubro a 3 de novembro

 

O mangaká Hideo Azuma ganhou o prêmio Gran Guinigi por Riscoperta di un’opera (trabalho redescoberto) por seu mangá Shissō Nikki (Diário do Desaparecimento). Tal premiação é considerada como o “Oscar dos quadrinhos italianos”.

Shissō Nikki retrata um assunto forte e ao mesmo tempo delicado. Ainda mais quando o próprio Azuma é representado como o protagonista em questão. A obra é uma espécie de auto-retrato de anos como um sem-teto, trabalhador braçal e um alcoólatra em recuperação.

O mangá, que foi publicado na Itália este ano, tem seu criador reconhecido por lá por uma outra obra, Olympus no Poron, de 1977, que inspirou o anime Ochamegami Monogatari Korokoro Poron. Além do mais, ele ganhou grande destaque nos jornais italianos, que enfatizaram veemente as experiências descritas em Shissō Nikki.

 

Hideo Azuma ganha o prêmio Gran Guinigi pelo mangá Shissō Nikki
Imagem de Ochamegami Monogatari Korokoro Poron. Anime que retrata a mitologia grega, baseado no mangá de 1977 de autoria de Hideo Azuma (Imagem/Reprodução: AnimeNewsNetwork)

 

Premiações recorrentes

Não é de hoje que Shissō Nikki é nomeado ou ganhou alguma premiação. O título foi publicado no Japão pela East Press em março de 2005 e teve seu primeiro volume publicado em inglês pela Fanfare/ Ponent Mon. Em seguida, o mangá ganhou o grande prêmio no prestigiado Ozamu Tezuka Cultural Award, em 2006.

Depois disso, a obra também foi indicada no Festival Internacional de Quadrinhos de Angouleme, na França, em 2008. Já em 2009, Hideo Azuma tornou-se o primeiro criador do Japão a ser homenageado com a nomeação do Ignatz Award.

 

 

Aliás, existem outros mangakás vencedores do prêmio Gran Guinigi e que devem ser mais conhecidos pelo público atual. Entre eles estão Jiro Taniguchi (A Distant Neighborhood), Naoki Urasawa (Monster), Taiyo Matsumoto (Sunny) e Leiji Matsumoto.

 

Sequência da obra

Seguindo a mesma linha, foi publicado uma sequência, o Shissō Nikki 2: Al-Chū Byōtō (Diário do Desaparecimento 2: A Ala para Alcoólicos), lançada pela editora East Press, em outubro de 2013. Nesse caso, a história autobiográfica segue Azuma quando ele é internado em um hospital para tratar o alcoolismo. O mangá retrata os pacientes viciados, médicos e as enfermeiras cuidadosas e rigorosas que ele vai encontrando durante o seu período de internado.

 

Por fim, é um tanto interessante ver que os problemas passados por Azuma puderam ser retratados em uma história em quadrinhos. Essa é uma forma de entender um pouco mais da vida de muitas pessoas que já enfrentaram ou ainda estão enfrentando o alcoolismo.

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