Polêmica! Entenda por que The Callisto Protocol foi proibido no Japão

Um caso de censura recente na indústria

The Callisto Protocol chegou no mercado como o “sucessor espiritual” de Dead Space. Após ser um dos criadores da franquia de survival horror da Electronic Arts, Glen Schofield resolveu entregar uma nova aventura de terror espacial, desta vez trabalhando com a equipe de Striking Distance Studios.

Seguindo muito do que foi visto nos títulos de sucesso sob o seu comando, Schofield não teve medo de esconder as fortes inspirações em Dead Space, com The Callisto Protocol mostrando uma avalanche de semelhanças com o grande clássico.

Com a missão de continuar o legado de Dead Space, ainda que sob o comando de um estúdio diferente, The Callisto Protocol rapidamente chamou a atenção dos fãs de survival horror, surgindo como um dos principais títulos em um momento no qual o gênero voltou a ganhar muita força na indústria.

Neste cenário, o jogo gerou hype e foi aguardado ansiosamente por uma legião de jogadores, com a promessa de entregar o mais puro horror e violência brutal durante a jornada. Enquanto o mundo recebeu The Callisto Protocol de braços abertos, ansiando pela brutalidade do jogo, os jogadores japoneses ficaram de fora “da festa”.  

Em uma decisão polêmica, a Striking Distance Studios cancelou o lançamento de seu jogo no Japão, com a justificativa sendo uma tentativa de censura por parte de um órgão de classificação indicativa. 

The Callisto Protocol fora do Japão

Pouco tempo antes do lançamento oficial do jogo, a Striking Distance Studios utilizou seu perfil oficial do Twitter para, de maneira surpreendente, avisar os jogadores sobre o cancelamento de The Callisto Protocol no Japão.

Com o histórico apontando uma forte ligação do país com o surgimento de franquias consagradas do survival horror, o game da Striking Distance obviamente era aguardado por uma grande base de jogadores e a decisão do estúdio incluiu abrir mão de um bom número de vendas. 

Justificando o cancelamento, o estúdio expôs toda a verdade e revelou a motivação para abrir mão do mercado japonês, alertando o mundo sobre um caso de censura. De acordo com os desenvolvedores, a Computer Entertainment Rating Organization (CERO), órgão de classificação indicativa do Japão, não aceitou o nível de violência de The Callisto Protocol e solicitou que o título sofresse alterações para conseguir uma classificação no país.

Diante do pedido, a Striking Distance Studios afirmou que não faria qualquer mudança em sua criação, pois retirar parte da violência poderia afetar a atmosfera, proposta e até mesmo o gameplay do jogo. Sendo assim, os desenvolvedores decidiram abrir mão do lançamento no Japão.

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Imagem: Gregory Felipe/Trecobox

Diretor criativo se posiciona sobre a situação

Chris Stone, diretor criativo da Striking Distance Studios, se pronunciou sobre a situação em uma entrevista para a BBC, afirmando que era extremamente necessário exagerar no sangue e na violência de The Callisto Protocol, alegando que os fãs são atraídos por tais elementos.

Os desenvolvedores quiseram aproveitar ao máximo o poder dos consoles atuais, oferecendo cenas detalhadas de violência que contribuem para a atmosfera intimidadora do jogo. Confira abaixo o que Stone comentou sobre o assunto.

“É a mesma razão pela qual as pessoas saltam de paraquedas ou de bungee jump. Sob uma perspectiva mais mórbida, acho que é a mesma razão pela qual as pessoas dirigem devagar quando passam perto de um acidente de carro. Elas gostam de ver as coisas à distância, é um tabu do qual querem fazer parte.”

Japão já censurou outros games de terror

Apesar de ser um país ligado ao survival horror, sendo o lugar de origem de muitas franquias de sucesso, o Japão já se envolveu em casos de censura com outros jogos do gênero. Um dos casos mais famosos gira em torno de Resident Evil, franquia de sucesso da Capcom, que teve de entregar versões diferentes de Resident Evil 4 e 5 na Terra do Sol Nascente. Enquanto as versões ocidentais dos jogos mostravam momentos de decapitação, no Japão os games tiveram tais cenas cortadas.