Review TBX | Jurassic World: Reino Ameaçado. O filme mais diferente de toda a franquia

 

Jurassic World: Reino Ameaçado é diferente de todos os filmes da saga. Isso é bom ou ruim?

 

Você se lembra da primeira vez que viu um dinossauro?” Essa frase, dita em certo momento por um dos principais personagens, permeia e marca este Jurassic World: Reino Ameaçado, sendo talvez a essência do que o longa quer transmitir para o público. O resgate da sensação e do impacto de quando assistimos e nos encantamos pelo primeiro filme da saga.

Para quem cresceu com o clássico de Steven Spielberg nos anos 90, essa frase tem um enorme peso nostálgico, já que a sensação do telespectador na época era exatamente a mesma que os personagens do filme sentiam ao ver um braquiossauro caminhando vivo pela primeira vez. Não só eles, mas nós também olhávamos de boca aberta até onde o cinema e a tecnologia havia chegado.

Visivelmente fã do original dirigido por Spielberg, o diretor J.A Bayona não só tenta trazer essa magia de volta, como o homenageia diversas vezes, algo evidente em várias situações, nos movimentos de câmera, em alguns closes dos atores e até na repetição escancarada de algumas cenas.

 

Review de Jurassic World: Reino Ameaçado. O filme mais diferente de toda a franquia

 

Quando soube que Bayona iria dirigir essa sequência, minha primeira reação foi de susto. Jamais imaginaria o diretor em um filme de Jurassic Park. Aos poucos, fui aceitando a ideia, o que acabou gerando uma enorme expectativa de que ele poderia surpreender e trazer algo inovador à franquia.

E de fato, trouxe. Uma pena que isso não funcione tão bem como o esperado. A sensação é de falta de originalidade e de uma cópia descarada em boa parte das cenas.

 

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Bayona até consegue colocar a sua identidade, em cenas de forte impacto visual, com a sua nítida assinatura e seu habitual estilo terror/suspense sugestivo. Sente-se a marca dele em todo o filme, principalmente nas cenas que se passam em uma mansão. O uso de sombras, como no primeiro filme, é muito bem executado. É tudo muito bonito esteticamente. Mas no fim das contas, as cenas são pouco inspiradas, nada originais e não amedrontam como deveriam.

Os novos personagens também não empolgam. São pouco desenvolvidos e acrescentam pouca coisa à trama. Parecem estar ali apenas para preencher a cota que esse tipo de filme necessita. O coadjuvante engraçadinho, as figuras que servirão de alimento para os dinos e um vilão sem graça e caricato, que deixa a desejar. Há muitos furos no roteiro e situações difíceis de acreditar. A trama que envolve a garotinha não desceu pela minha garganta até agora!

 

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Porém, apesar disso tudo, o filme não é ruim. Pelo contrário. Há muitos pontos positivos também e os fãs verão o DNA da saga lá.

A incrível sequência de abertura já valeria o filme (gostaria de ver um longa inteiro naquele estilo!) e a sequência final, que leva a saga para outro nível! Talvez sejam as melhores cenas de abertura e encerramento de toda a franquia!

As participações de Jeff Goldblum, Geraldine Chaplin e James Crowell dão um toque especial. Para quem é fã desses atores, é um deleite!

 

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A trilha é espetacular! O tema clássico de John Williams é usado em determinados momentos, com uma nova abordagem, e um coro foi adicionado em algumas partes, dando um tom grandioso e épico que combina perfeitamente com o clima do filme. Um trabalho fantástico!

As discussões que o longa coloca também são muito interessantes. São várias questões que nos fazem pensar, mesmo que rapidamente. Diálogos como “Seus filhos fazem parte de uma geração que já nasceu em um mundo onde os dinossauros existem. E podem ser extintos novamente” ou “Devemos deixá-los morrer, devemos deixar que o Criador faça a parte dele ou devemos ajudá-los como qualquer outra criatura viva deste planeta?” adicionam uma profundidade extra à trama e causam momentos interessantes de reflexão em meio aos gritos e correrias.

 

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O filme funciona muito bem durante todo o primeiro ato, enquanto se passa na ilha, inclusive com a impressionante cena da destruição dela. Há uma parte envolvendo um braquiossauro de arrancar lágrimas!

A partir do segundo ato, o longa se transforma em um filme de terror de mansão vintage estilo anos 80.  É aí que a coisa desanda. É um novo olhar, uma nova visão apresentada.

Por conta disso, Jurassic World: Reino Ameaçado é o filme mais diferente da franquia, sem dúvida!  Se isso é bom ou ruim, vai depender de você, do seu olhar, da sua relação de amor com a série, da sua expectativa para esse longa e para a saga no geral.

 

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Como analisador, não posso deixar de notar e comentar os problemas da produção. Afinal, eles existem, não são poucos e incomodaram, principalmente no segundo e terceiro ato.

Porém, como um GRANDE fã da franquia, posso afirmar que continuarei acompanhando e assistindo QUALQUER coisa que eles façam. E não dá para esconder, apesar de tudo, a empolgação que esse filme deixou para o futuro da saga! O que virá a seguir promete ser arrebatador!!! E mal podemos esperar por isso!!!

 

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