Representação LGBTQIA+ em filmes aumenta, mas diversidade racial e tempo de tela diminuem, indica relatório

Apenas 20,8% dos filmes lançados em 2021 tinham representação LGBT

O boletim de bilheteria de 2021 da GLAAD foi finalizado e seus resultados são um tanto peculiares. A ONG de defesa LGBTQUIA+ lançou seu 10° Índice de Responsabilidade de Estúdio, um estudo anual que mostra a quantidade, qualidade e diversidade de personagens LGBT em filmes lançados por sete distribuidoras.

Os estúdios que participam do estudo são: Walt Disney Studios, Liongsgate, Paramount Pictures, Sony Pictures, Universal Pictures, United Artists Releasing e Warner Bros.

A representação LGBT nos filmes de 2021

Dos 77 filmes lançados nos cinemas por estes 7 estúdios em 2021, apenas 16, ou 20,8%, continham personagens LGBT. Destes os mais famosos são: “Os Eternos”, “Nossas Meninas”, “Licorice Pizza”, “Querido Evan Hansen”, “Amor, Sublime Amor” e “Em um Bairro em Nova York”.

O número foi um aumento em comparação com 2020, o qual teve apenas 10 filmes com personagens LGBT. Porém se considerarmos que o cinema teve uma queda enorme devido a pandemia em 2020, o número se torna bem mais significante.

Os 16 filmes de 2021 apresentaram um total de 28 personagens LGBT, contando também com um aumento de 8 personagens em relação a 2020.

Dos 28 personagens, 19 são homens e nove são mulheres. E pela primeira vez em cinco anos, a GLAAD contou com um personagem transgênero em um lançamento cinematográfico de um grande estúdio. A Anybodys de Amor, Sublime Amor, é um homem transgênero na obra.

LGBT Amor Sublime Amor
Imagem: Reprodução

A diversidade racial porém sofreu uma queda em relação aos anos anteriores, dos 28 personagens LGBTQ, 17 eram brancos, cinco eram negros, dois latinos, dois asiáticos/das ilhas do Pacífico, um multirracial e um do Oriente Médio.

O Relatório também mostrou que o tempo de tela dos personagens decaiu. Sete dos 28 personagens LGBTQ registraram mais de 10 minutos na tela, com a maioria deles, 17 de 28, marcando menos de cinco minutos. Seis conseguiram menos de um minuto.

Dos estúdios estudados pela GLAAD apenas a Lionsgate e a Paramount não apresentaram nenhum personagem LGBT em seus filmes de 2021.

“Depois de uma década deste relatório, vimos um crescimento exponencial na representação LGBT no cinema impulsionado por nosso estudo. No entanto, ainda há muito trabalho a ser feito em Hollywood”, disse Megan Townsend, diretora de pesquisa e análise de entretenimento da GLAAD. “Há tantas partes da nossa comunidade – pessoas bissexuais+, pessoas que vivem com HIV, personagens LGBT com deficiência e pessoas transgênero, para citar alguns – que ainda não se viram totalmente refletidas na tela grande. À medida que olhamos para os próximos 10 anos, essas histórias devem se tornar uma prioridade se os estúdios quiserem que as gerações mais jovens e diversificadas continuem a apoiar e se envolver com suas narrativas”.

O relatório completo da GLAAD pode ser encontrado aqui.