Ator Pedro Paulo Rangel, presença marcante da TV brasileira, morre aos 74 anos

O ator Pedro Paulo Rangel faleceu na manhã desta quarta-feira (21), aos 74 anos de idade, de acordo com a assessoria do hospital. Ele estava internado desde 30 de outubro na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro.

Pedro foi um fumante por um longo tempo, até 1998 quando recebeu o diagnóstico de doença obstrutiva pulmonar crônica, ou enfisema. A doença é progressiva e infelizmente ainda não tem cura, mas Rangel conseguiu se manter por mais de 20 anos através de remédios e fisioterapia.

Ele não deixou filhos, mas era muito querido pelos seus amigos e fãs, deixando um enorme legado por sua contribuição ao teatro brasileiro.

Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento do ator, que devem acontecer no Rio de Janeiro.

A Vida e a Carreira de Pedro Paulo Rangel

Nascido em 29 de junho de 1948, no Rio de Janeiro, Pedro Paulo Rangel se interessou pelo teatro quando tinha 11 anos de idade. Ele começou atuando em peças infantis e amadoras em sua adolescência.

Sua estreia profissional aconteceu em São Paulo, em 1968, na peça “Roda Viva”, de Chico Buarque. Depois de sua estreia, Pedro trabalhou ainda em “Galileu Galilei”, de Bertold Brecht, e “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, ambas em 1969.

Neste ano, Rangel também fez seu primeiro trabalho na televisão, atuando na novela “Super Plá”, de Bráulio Pedrosa, na extinta TV Tupi. No ano seguinte, ele conseguiu seu primeiro papel como protagonista, na peça “Jorginho, o Machão” de Leilah Assumpção.

Em 1972, o ator voltou ao Rio de Janeiro e estreou na Rede Globo, na novela “Bicho do Mato”.

Em 1975 ele fez história na TV brasileira, ao realizar o primeiro nu masculino na novela “Gabriela”. Por conta do enquadramento distante, a cena foi liberada pela censura da ditadura.

Ainda em 1975, Pedro Paulo Rangel interpretou o protagonista de “O Noviço” uma famosa novela das seis na Globo. Depois disso ele trabalhou em mais duas novelas “O Pulo do Gato” e “Saramandaia”.

O ator chegou a voltar a TV Tupi em 1979 para atuar em “Dinheiro Vivo”, mas dois anos depois, em 1981, já estava novamente na Globo, onde entrou para o elenco de “Viva o Gordo”, de Jô Soares.

O seu primeiro prêmio veio em 1982, onde ele ganhou o prêmio Molière de melhor ator de teatro, por “A Aurora da Minha Vida”, de Naum Alves de Sousa. Rangel chegou a receber mais dois destes prêmios em 1989 e 1994.

Outro de seus grandes papéis foi como Adamastor, na novela “Pedra sobre Pedra”, de 1992. Este foi um dos primeiros personagens abertamente gays da TV brasileira.

Em 1998, ele se tornou Poliana, na novela “Vale Tudo”, onde trabalhou junto a Regina Duarte. Ele também se tornou um par romântico de Cássia Kis em “Sabor da Paixão”, de 2002.

Entre outras obras do ator estão as novelas “A Indomada”, “O Cravo e a Rosa” e “Belíssima”, além de seriados e minisséries, como “A Diarista”, “Os Aspones”, “A Muralha”, “Você Decide”, e “Sob Nova Direção”.

Pedro Paulo Rangel também fez alguns filmes, mas não obteve um grande destaque em nenhum deles. Dentre os títulos que participou estão: “O Coronel e o Lobisomem”, “Amélia” e “O Beijo no Asfalto”.

Após atuar em diversas novelas, programas e minisséries, Pedro encerrou seu contrato com a Globo em 2013. Mas isso não impediu o ator de sair da TV, a sua última participação na TV foi na série “Independências”, exibida pela TV Cultura neste ano.

Antes de ser internado no final de outubro, o ator estava em cartaz no Rio com o monólogo “O Ator e o Lobo”.

A morte de Pedro Paulo Rangel traz um grande impacto para o teatro brasileiro. O ator possuía uma versatilidade e carisma únicos que o tornaram um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos.