We the Animals (2018): Um Drama Sensível sobre Crescimento e Identidade
O cinema independente frequentemente nos brinda com narrativas que exploram as nuances da experiência humana de maneira íntima e poética.
We the Animals (2018), dirigido por Jeremiah Zagar, é uma dessas obras que mergulha profundamente nas complexidades do crescimento e da formação da identidade, especialmente sob a perspectiva de uma criança sensível em um ambiente familiar tumultuado.
Saiba mais:
Sinopse: A Jornada de Jonah e Seus Irmãos
Ambientado no interior do estado de Nova York, o filme acompanha a vida de três irmãos: Manny, Joel e o caçula Jonah (interpretado por Evan Rosado).
Filhos de um pai porto-riquenho carismático, porém volátil (Raúl Castillo), e de uma mãe amorosa, mas emocionalmente instável (Sheila Vand), os meninos navegam pelas alegrias e desafios de uma infância marcada por amor intenso e conflitos familiares.
Enquanto Manny e Joel começam a imitar os comportamentos masculinos tradicionais do pai, Jonah se destaca por sua sensibilidade e introspecção. Ele encontra refúgio em seus desenhos, que servem como uma válvula de escape para processar suas emoções e questionamentos sobre sua identidade emergente.
Temas Centrais de We the Animals
1. Crescimento e Descoberta da Identidade
O filme oferece uma visão íntima do processo de amadurecimento, especialmente através dos olhos de Jonah. Sua jornada pessoal destaca a luta interna entre conformar-se às expectativas familiares e sociais e a necessidade de abraçar sua verdadeira identidade.
2. Dinâmica Familiar Complexa
A relação entre os pais de Jonah é marcada por altos e baixos emocionais, afetando profundamente o ambiente doméstico. O filme explora como o amor e o conflito coexistem, influenciando o desenvolvimento emocional dos filhos.
3. Pobreza e Resiliência
Ambientado em uma comunidade rural de baixa renda, We the Animals retrata as dificuldades econômicas enfrentadas pela família e como essas circunstâncias moldam as experiências e perspectivas dos personagens.
Estilo Visual e Narrativo
Jeremiah Zagar utiliza uma abordagem visual lírica, combinando filmagens em 16mm com sequências de animação que dão vida aos desenhos de Jonah.
Essa técnica confere ao filme uma qualidade quase onírica, permitindo que o público entre na mente do jovem protagonista e experimente o mundo através de sua perspectiva única.
A cinematografia de Zak Mulligan é notável por sua capacidade de capturar a beleza e a dureza da vida cotidiana, utilizando luz natural e enquadramentos íntimos para criar uma sensação de proximidade com os personagens.
Recepção Crítica
We the Animals foi amplamente aclamado pela crítica.
No Rotten Tomatoes, o filme possui uma taxa de aprovação de 91%, com base em 103 avaliações, e uma classificação média de 7,8/10. O consenso crítico afirma: “Onírico e assombroso, We the Animals aborda a odisseia de amadurecimento com um olhar documental único.”
Sheila O’Malley, do RogerEbert.com, elogiou a cinematografia e a autenticidade das performances, destacando a capacidade do filme de retratar a infância como “caótica e dolorosa, mas também às vezes realmente divertida.”
Por outro lado, algumas críticas apontaram que o estilo impressionista do filme pode criar uma distância emocional em relação aos personagens, tornando a narrativa menos impactante para alguns espectadores.
Conclusão
We the Animals (2018) é uma obra cinematográfica que oferece uma exploração poética e sensível das complexidades do crescimento e da formação da identidade.
Através de uma narrativa lírica e performances autênticas, o filme convida o público a mergulhar na mente de um jovem que busca seu lugar em um mundo repleto de amor, dor e descoberta.
Para aqueles que apreciam histórias introspectivas e visualmente cativantes, esta é uma experiência cinematográfica imperdível.
Assista ao trailer de “We the Animals”
No Brasil, “We the Animals” não está disponível para streaming. No entanto, o longa está disponível na Amazon Prime Video, dependendo da região.