Lançada em 2020 pela Netflix, Unorthodox é uma minissérie dramática que rapidamente se tornou um sucesso, cativando o público com sua trama única e emocionante.
Baseada no livro Unorthodox: The Scandalous Rejection of My Hasidic Roots, de Deborah Feldman, a série conta a história de Esty Shapiro, uma jovem que foge de sua comunidade ultraortodoxa judaica em Williamsburg, Nova York, em busca de liberdade e autodescoberta em Berlim.
Com apenas quatro episódios, Unorthodox mergulha profundamente nas questões de identidade, fé, e os desafios de abandonar a vida tradicional para viver de forma autêntica.
Com uma abordagem sensível e corajosa, a minissérie toca temas universais, como a luta por independência, a repressão da mulher, a busca por um novo sentido de pertencimento e as tensões entre tradição e modernidade.
Esty é interpretada por Shira Haas, cuja performance impressionante a tornou uma das atrizes mais aclamadas da temporada.
Unorthodox também aborda questões de fé e os limites da liberdade pessoal, enquanto a protagonista luta para encontrar sua verdadeira identidade em um mundo que a rejeita por sua escolha de viver fora das normas que lhe foram impostas.
Saiba mais:
The Rookie (2018-presente): Um Drama Policial com Humor e Desafios de Vida
O Enredo de Unorthodox

Esty Shapiro: Fugindo de Uma Vida Reprimida
Esty Shapiro, a personagem central de Unorthodox, cresceu em uma comunidade hassídica em Williamsburg, onde as normas religiosas e sociais ditam todos os aspectos da vida cotidiana.
Desde o casamento arranjado com um homem que ela mal conhece até a estrita conformidade às regras religiosas, Esty vive uma vida extremamente controlada, onde a individualidade e a liberdade são quase inexistentes.
Porém, depois de meses de sofrimento emocional e físico, Esty decide fugir, buscando uma nova vida em Berlim, longe das rígidas expectativas que sua comunidade tem sobre ela.
O escape de Esty não é apenas físico, mas também psicológico, pois ela enfrenta o processo de autodescoberta, tentando entender quem ela realmente é e o que deseja da vida.
A escolha de Esty de ir para Berlim é significativa, pois a cidade representa a possibilidade de recomeçar e encontrar um espaço onde ela possa ser quem realmente é, sem o peso de suas raízes ortodoxas.
A fuga de Esty é difícil, marcada por um forte conflito interno, e a série mostra sua adaptação a uma vida completamente nova, onde as regras que ela sempre seguiu não se aplicam.
Em Berlim, ela começa a explorar suas próprias crenças e desejos, conhecendo novas pessoas e enfrentando o desafio de construir uma nova identidade, completamente diferente da pessoa que ela era em Williamsburg.
A Comunidade Ultraortodoxa e a Busca pela Liberdade
Unorthodox mostra a tensão entre Esty e sua comunidade ultraortodoxa, em uma análise crítica da opressão feminina dentro de uma estrutura religiosa tradicional. A religião, em particular o judaísmo hassídico, é um dos pilares mais importantes da vida de Esty.
No entanto, a série destaca como a fé e as normas religiosas, que deveriam trazer conforto e propósito, acabam se tornando uma fonte de sofrimento para Esty, devido às restrições impostas pela comunidade.
O casamento arranjado de Esty, um dos pontos de maior opressão, é um dos elementos mais cruéis da sua vida anterior. Ela não apenas se vê como uma mulher sem voz dentro do casamento, mas também começa a perceber como a liberdade individual é negada para as mulheres em sua comunidade.
A fuga de Esty é, assim, um ato de resistência contra o patriarcado e a repressão religiosa, em busca de uma vida onde ela pode expressar seus próprios desejos e tomar as rédeas de seu destino.
Enquanto a protagonista tenta redefinir sua identidade longe de sua origem religiosa, a série também nos mostra a luta de seus familiares para trazê-la de volta para a comunidade, com o marido de Esty, Yanky, e o tio Moishe viajando para Berlim para encontrar Esty e forçá-la a retornar.
Esse conflito torna-se um ponto chave da narrativa, pois explora o poder da religião e da tradição sobre as decisões pessoais e o impacto de desafiar a estrutura religiosa.
Identidade e Autodescoberta: A Jornada de Esty
A Busca por Liberdade em Berlim
A mudança de Esty para Berlim é um divisor de águas em sua jornada de autodescoberta. Ao chegar à cidade, ela se depara com um mundo que é totalmente diferente do que ela conhecia, e aos poucos começa a explorar novas facetas de sua identidade.
No entanto, essa transição não é fácil. Esty, que cresceu em um ambiente altamente controlado, tem dificuldades em se adaptar ao modo de vida ocidental e secular de Berlim, mas sua vontade de viver de maneira autêntica a impulsiona a superar essas barreiras.
Em Berlim, Esty começa a se conectar com pessoas que são completamente diferentes daquelas com quem ela cresceu, e essas novas relações permitem que ela se liberte de algumas das restrições que antes a definiram.
Ela começa a explorar sua sexualidade, suas aspirações e seus desejos de forma mais plena, algo que era impossível em sua comunidade ultraortodoxa.
Esse processo de autodescoberta, no entanto, é interrompido quando ela se vê diante de um dilema: pode ela realmente deixar para trás tudo o que aprendeu, ou existe uma parte dela que ainda deseja se conectar com suas raízes e sua fé?
A Rejeição e o Conflito Familiar
Um dos maiores conflitos de Unorthodox é o confronto de Esty com sua família, especialmente com sua mãe e seu marido. Enquanto ela tenta encontrar uma nova identidade, suas ações provocam uma enorme reação de sua comunidade, que a vê como uma traidora.
A série toca na complexa relação entre liberdade pessoal e as expectativas familiares, mostrando como Esty, mesmo com sua vontade de seguir em frente, ainda lida com o peso da culpa e da rejeição.
O marido de Esty, Yanky, é outro personagem central na série. Embora suas intenções sejam inicialmente proteger sua esposa, a pressão religiosa e os papéis de gênero que ele foi ensinado a seguir tornam difícil para ele compreender e aceitar a decisão de Esty de escapar.
A série também explora como ele lida com essa perda, enquanto tenta resgatar sua esposa e restaurar a ordem que foi quebrada.
Produção e Recepção de Unorthodox
Produção Impecável
A produção de Unorthodox é um dos aspectos que mais impressiona. A série foi filmada em locações reais, o que contribui para a autenticidade de sua narrativa. As cenas em Berlim são contrastadas com as imagens sombrias de Williamsburg, criando uma sensação de transformação e liberdade.
A direção de Maria Schrader e a roteirização de Anna Winger garantem uma fluidez e sensibilidade que capturam a jornada emocional de Esty de maneira intensa e realista.
Além disso, a atuação de Shira Haas como Esty é excepcional, proporcionando uma representação emocionalmente crua e autêntica da protagonista. Sua performance foi amplamente elogiada, tornando-a uma das grandes revelações de 2020.
Recepção Crítica e Popularidade
Unorthodox foi amplamente aclamada pela crítica, recebendo elogios tanto pela profundidade da história quanto pela forma como trata temas delicados, como a opressão religiosa e a busca pela liberdade.
A minissérie recebeu vários prêmios, incluindo prêmios Emmy, e teve um impacto significativo no público, especialmente na forma como retratou a experiência de mulheres dentro de comunidades religiosas rígidas.
Conclusão

Unorthodox é uma minissérie poderosa e tocante que oferece uma reflexão profunda sobre identidade, fé e liberdade.
Ao contar a história de Esty Shapiro, Unorthodox não apenas aborda questões sobre a religião e as tradições, mas também explora a universalidade da busca por uma vida autêntica e sem amarras.
A jornada de Esty é um símbolo de resistência, coragem e autodescoberta, e a série proporciona uma experiência cinematográfica única que desafia as convenções e oferece uma narrativa com grande impacto emocional.
Assista ao trailer de “Unorthodox“
No Brasil, “Unorthodox” está disponível na Netflix.