The Kingdom (Riget): O Terror Surreal de Lars von Trier em um Hospital Assombrado

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The Kingdom (Riget), uma série dinamarquesa criada por Lars von Trier e lançada em 1994, é uma das produções mais originais e perturbadoras do gênero de terror.

Situada no hospital Rigshospitalet, em Copenhague, a narrativa mistura elementos de horror, surrealismo e humor negro para contar uma história que desafia convenções e deixa os espectadores imersos em uma atmosfera bizarra e inquietante.

Com personagens excêntricos, fenômenos sobrenaturais e um estilo visual único, The Kingdom é uma obra que transcende o terror tradicional, explorando temas como a fragilidade humana, corrupção institucional e o confronto entre ciência e espiritualidade.

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Sinopse

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Imagem: The Movie Database

O enredo principal de The Kingdom gira em torno do Rigshospitalet, um hospital ultramoderno onde fenômenos inexplicáveis começam a ocorrer. Barulhos estranhos ecoam pelos corredores, aparições fantasmagóricas surgem e eventos aparentemente banais ganham um tom macabro.

Entre os personagens que habitam este ambiente estão:

  • Sra. Drusse (Kirsten Rolffes), uma paciente hipocondríaca que se autointitula médium e está determinada a desvendar os mistérios sobrenaturais do hospital.
  • Dr. Helmer (Ernst-Hugo Järegård), um neurocirurgião sueco arrogante e corrupto, cujo desprezo pelo hospital e pelos dinamarqueses cria momentos de tensão e humor ácido.
  • Dr. Hook (Søren Pilmark), um médico cínico que parece saber mais do que revela sobre os segredos sombrios do Rigshospitalet.

Enquanto os médicos tentam lidar com as demandas do dia a dia e os fenômenos sobrenaturais, a Sra. Drusse investiga a história do hospital, descobrindo conexões entre eventos passados e os espíritos inquietos que habitam o local.

Temas Centrais

1. O Confronto Entre Ciência e Sobrenatural

Um dos temas mais marcantes de The Kingdom é a tensão entre ciência e espiritualidade. O hospital, um símbolo da modernidade e do progresso científico, se torna palco de eventos que desafiam a lógica e a razão.

Essa dualidade é representada pela Sra. Drusse, que acredita em espíritos e forças sobrenaturais, e pelo cético Dr. Helmer, que descarta qualquer explicação que não seja científica. Essa dinâmica gera debates instigantes sobre o que é real e o que está além da compreensão humana.

2. Humor Negro e Crítica Social

Lars von Trier utiliza humor negro para criticar instituições e a condição humana. A arrogância de Dr. Helmer, por exemplo, é uma sátira à rivalidade entre dinamarqueses e suecos, enquanto a burocracia do hospital é exposta como absurda e desumana.

A série também aborda temas como corrupção, negligência médica e egoísmo, pintando um retrato sombrio e satírico das instituições de saúde e da sociedade em geral.

3. O Terror Como Experiência Sensorial

Ao contrário do terror tradicional, The Kingdom não aposta em sustos fáceis, mas em uma atmosfera de estranheza constante. O uso de iluminação esverdeada, câmeras trêmulas e ângulos incomuns cria uma sensação de desconforto, amplificando o impacto psicológico dos eventos sobrenaturais.

Estilo Visual e Direção

1. A Estética de Lars von Trier

Como em outras obras de Lars von Trier, The Kingdom adota um estilo visual único, marcado por:

  • Câmeras de mão: que criam uma sensação de realismo e imersão.
  • Iluminação sombria e monocromática: reforçando o tom claustrofóbico e opressivo da série.
  • Efeitos visuais minimalistas: que dão um ar artesanal e surreal à narrativa.

2. Estrutura Episódica e Ritmo

Dividida em episódios, a série combina tramas individuais, como cirurgias mal-sucedidas e conflitos entre médicos, com um mistério maior que conecta todos os eventos. Essa estrutura permite que a narrativa se desenvolva de forma gradual, mantendo o espectador intrigado e envolvido.

3. Toques Surreais e Metalinguagem

Lars von Trier frequentemente aparece no final de cada episódio para comentar a história, quebrando a quarta parede e adicionando uma camada de metalinguagem à série. Essa escolha destaca o tom excêntrico de The Kingdom, reforçando sua identidade como uma obra que desafia convenções.

Personagens e Atuações

1. Sra. Drusse (Kirsten Rolffes)

A hipocondríaca e autoproclamada médium é o coração da série. Kirsten Rolffes entrega uma performance cativante, equilibrando humor, determinação e vulnerabilidade.

2. Dr. Helmer (Ernst-Hugo Järegård)

O neurocirurgião sueco é uma mistura de vilania e comédia, interpretado com maestria por Järegård. Sua arrogância e desprezo pelos colegas dinamarqueses criam momentos de humor ácido e tensão.

3. Dr. Hook (Søren Pilmark)

O cínico Dr. Hook é um personagem ambíguo, cujas motivações permanecem misteriosas. Pilmark traz profundidade ao papel, tornando Hook um dos personagens mais intrigantes da série.

4. O Espírito da Menina Mary

A presença fantasmagórica de Mary, uma criança que morreu tragicamente no hospital, é um dos mistérios centrais da série. Sua história conecta o passado sombrio do Rigshospitalet aos eventos atuais, adicionando uma camada emocional à narrativa.

Comparações com Outras Produções

1. Twin Peaks

Assim como Twin Peaks, The Kingdom mistura mistério, surrealismo e personagens excêntricos em um cenário isolado. Ambas as séries desafiam convenções de gênero, criando experiências únicas e inesquecíveis.

2. American Horror Story: Asylum

A temporada “Asylum” de American Horror Story compartilha semelhanças com The Kingdom, especialmente na combinação de terror sobrenatural com críticas sociais e institucionais.

3. Hospital Playlist

Embora tenha um tom completamente diferente, Hospital Playlist também se concentra na vida dentro de um hospital, com ênfase nas interações humanas e no impacto das instituições na vida dos personagens.

Recepção Crítica

Desde sua estreia, The Kingdom foi aclamada por sua originalidade e ousadia.

  • Rotten Tomatoes: 90% de aprovação, com elogios à combinação de terror, humor e crítica social.
  • Metacritic: 85/100, destacando sua estética única e narrativa provocativa.

A série é frequentemente citada como uma das produções mais inovadoras da televisão europeia, conquistando uma base de fãs leais e inspirando adaptações e homenagens ao longo dos anos.

Por Que Assistir The Kingdom?

1. Uma Experiência Única de Terror

Combinando horror psicológico, surrealismo e humor negro, The Kingdom oferece uma abordagem inovadora ao gênero.

2. Personagens Complexos e Memoráveis

Os habitantes do Rigshospitalet são tão intrigantes quanto os mistérios que eles enfrentam, tornando a série envolvente em múltiplos níveis.

3. Estilo e Narrativa Provocativos

A estética e o ritmo característicos de Lars von Trier tornam cada episódio uma experiência cinematográfica distinta.

Onde Assistir

The Kingdom está disponível em plataformas Amazon Prime Video.

Conclusão

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Imagem: The Movie Database

The Kingdom (Riget) é uma obra-prima de Lars von Trier que transcende os limites do terror, oferecendo uma narrativa complexa, personagens fascinantes e uma estética singular. Para fãs de histórias que desafiam convenções e provocam reflexões, esta série é indispensável.

Se você busca um mergulho em um mundo de mistério, horror e surrealismo, The Kingdom é uma escolha imperdível. Prepare-se para entrar nos corredores do Rigshospitalet e descobrir que nem tudo é o que parece.

Assista ao trailer de “The Kingdom”