The Crown: Os Bastidores da Monarquia Britânica e os Dramas que Moldaram o Século XX

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Lançada em 2016, “The Crown” é uma série de drama biográfico criada por Peter Morgan para a Netflix, que oferece uma visão detalhada e dramatizada do reinado da Rainha Elizabeth II, explorando os eventos políticos e pessoais que moldaram a monarquia britânica e o século XX.

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A Concepção de “The Crown”

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Imagem: The Movie Database

Origem e Desenvolvimento

Peter Morgan, conhecido por seu trabalho em “The Queen” e “Frost/Nixon”, concebeu “The Crown” como uma expansão de sua peça “The Audience”, que explorava as audiências semanais entre a Rainha Elizabeth II e seus primeiros-ministros.

A série foi planejada para abranger seis temporadas, cada uma cobrindo aproximadamente uma década do reinado da monarca, desde sua ascensão ao trono em 1952 até os primeiros anos do século XXI.

Produção e Orçamento

Com um orçamento estimado em US$ 13 milhões por episódio, “The Crown” é uma das produções televisivas mais caras já realizadas.

Esse investimento reflete-se na recriação meticulosa de cenários, figurinos e eventos históricos, proporcionando uma experiência visualmente deslumbrante e autêntica.

Enredo e Estrutura

Primeiras Temporadas: Ascensão e Desafios Iniciais

As primeiras duas temporadas focam na jovem Elizabeth II, interpretada por Claire Foy, enquanto ela assume o trono após a morte de seu pai, o Rei George VI.

A narrativa explora os desafios de equilibrar a vida pessoal com as responsabilidades reais, incluindo seu casamento com o Príncipe Philip e as tensões políticas da época, como a Crise de Suez e a renúncia de primeiros-ministros.

Terceira e Quarta Temporadas: Mudanças Sociais e Políticas

Com Olivia Colman assumindo o papel da Rainha, as temporadas três e quatro abordam períodos de turbulência, incluindo a ascensão de Margaret Thatcher, interpretada por Gillian Anderson, e o relacionamento do Príncipe Charles com Diana Spencer, vivida por Emma Corrin.

Essas temporadas destacam as tensões entre tradição e modernidade, bem como os desafios internos da família real.

Temporadas Finais: Crises Contemporâneas

As temporadas cinco e seis, com Imelda Staunton no papel de Elizabeth II, exploram as crises dos anos 1990 e início dos anos 2000, incluindo o divórcio de Charles e Diana, o incêndio no Castelo de Windsor e a morte da Princesa Diana.

A série culmina com reflexões sobre o papel da monarquia no mundo contemporâneo e os desafios de manter a relevância em tempos de mudança.

Precisão Histórica e Licenças Dramáticas

Fidelidade aos Eventos Reais

Embora “The Crown” seja amplamente elogiada por sua atenção aos detalhes históricos, a série incorpora licenças dramáticas para aprofundar o desenvolvimento dos personagens e a narrativa.

Alguns eventos são condensados ou adaptados para efeito dramático, o que gerou debates sobre a precisão histórica em certos episódios.

Reações da Família Real

A família real britânica raramente comenta sobre representações midiáticas, mas relatos sugerem que alguns membros assistiram à série.

No entanto, preocupações foram levantadas sobre a potencial distorção de eventos e a representação de figuras reais, levando a discussões sobre a responsabilidade de produções históricas em equilibrar entretenimento e precisão.

Impacto Cultural e Recepção

Aclamação da Crítica

“The Crown” recebeu aclamação crítica por suas performances, roteiro e valores de produção. A série acumulou múltiplos prêmios, incluindo Globos de Ouro e Emmys, reconhecendo tanto o elenco quanto a equipe de produção.

Popularidade Global

A série atraiu uma audiência global significativa, com milhões de espectadores desde sua estreia. Sua popularidade revitalizou o interesse pela história britânica e pela monarquia, gerando discussões sobre os eventos retratados e suas implicações históricas.

Elenco e Personagens

Interpretações da Rainha Elizabeth II

Três atrizes interpretaram Elizabeth II ao longo das seis temporadas: Claire Foy, Olivia Colman e Imelda Staunton. Cada uma trouxe nuances distintas à personagem, refletindo as diferentes fases da vida da monarca e os desafios correspondentes de cada período.

Representações de Figuras Históricas

A série apresenta uma ampla gama de figuras históricas, incluindo Winston Churchill, Margaret Thatcher, o Príncipe Charles e a Princesa Diana. As performances foram amplamente elogiadas por capturar a essência e complexidade desses indivíduos, contribuindo para a profundidade da narrativa.

Temas Centrais

Dever Versus Desejo

Um tema recorrente em “The Crown” é o conflito entre as obrigações reais e os desejos pessoais. A série explora como os membros da família real equilibram suas responsabilidades públicas com suas vidas privadas, muitas vezes enfrentando sacrifícios pessoais em prol da coroa.

Mudanças Sociais e Políticas

The Crown também aborda como a monarquia reage às transformações sociais e políticas ao longo das décadas. Desde o colapso do Império Britânico até a chegada de novos movimentos culturais e políticos, a série examina o impacto dessas mudanças na relevância da monarquia.

Por exemplo, o episódio que trata da tragédia de Aberfan em 1966 destaca a pressão sobre a Rainha para demonstrar empatia pública, refletindo as expectativas crescentes de uma liderança mais conectada à população.

Da mesma forma, as tensões entre Margaret Thatcher e a Rainha evidenciam o conflito entre os valores tradicionais e o pragmatismo político em uma era de mudanças econômicas.

Relações Familiares

Outro tema central é a dinâmica complexa dentro da família real. O relacionamento entre Elizabeth II e sua irmã, a Princesa Margaret, é um dos pilares emocionais da série.

Enquanto a Rainha é vista como uma figura estoica e comprometida com o dever, Margaret representa o desejo por liberdade e autenticidade, criando uma tensão dramática entre elas.

Além disso, as dificuldades conjugais de Charles e Diana são exploradas em profundidade, revelando como pressões externas e expectativas internas podem destruir até mesmo os relacionamentos mais promissores.

O Papel da Monarquia no Século XXI

A Relevância Contemporânea

Ao longo de suas temporadas, The Crown questiona continuamente o papel da monarquia em tempos modernos.

A série reflete sobre como a Coroa pode se adaptar a uma sociedade em constante evolução, onde a tradição muitas vezes entra em conflito com as demandas por transparência, igualdade e mudança.

Embora a série seja ambientada predominantemente no século XX, muitas das questões abordadas permanecem relevantes hoje. O papel simbólico da monarquia, os escândalos envolvendo membros da família real e a percepção pública da instituição continuam a ser tópicos de debate global.

Lições de Liderança

Por meio do retrato de Elizabeth II, The Crown oferece uma visão sobre os desafios da liderança. A série mostra como a Rainha manteve a estabilidade da monarquia durante décadas de crises, destacando sua resiliência, pragmatismo e capacidade de adaptação.

O Legado de The Crown

Impacto Cultural

Desde sua estreia, The Crown tem sido uma das séries mais influentes da Netflix, não apenas pela sua qualidade de produção, mas também por reacender o interesse pela história da monarquia britânica. A série inspirou livros, documentários e até debates acadêmicos sobre a relação entre ficção e história.

Além disso, The Crown contribuiu para uma maior conscientização sobre os desafios enfrentados por figuras públicas e a pressão constante de viver sob os olhos do público. Ao humanizar a realeza, a série aproxima os espectadores de um mundo frequentemente percebido como distante e inacessível.

Reconhecimento Internacional

Com inúmeras indicações e prêmios, incluindo Globos de Ouro e Emmys, The Crown solidificou seu lugar como uma das melhores séries dramáticas da atualidade. Suas atuações impecáveis, roteiro bem trabalhado e produção meticulosa garantiram um lugar de destaque na história da televisão.

Conclusão

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Imagem: The Movie Database

The Crown é mais do que um retrato da monarquia britânica; é uma exploração multifacetada dos desafios do poder, das relações humanas e do impacto da história na vida individual e coletiva.

Com uma narrativa envolvente e performances extraordinárias, a série não apenas informa, mas também emociona, oferecendo uma nova perspectiva sobre figuras que moldaram o século XX.

À medida que a série se aproxima de suas temporadas finais, seu legado como um marco cultural e histórico está assegurado.

Seja como uma celebração da história britânica ou como uma análise das complexidades humanas, The Crown continuará a ser lembrada como uma obra-prima da televisão moderna.

Assista ao trailer de “The Crown”

No Brasil, “The Crown” está disponível na Netflix.