Se quer um programa bem fora da mesmice, então aqui está Queer Eye
Cara gente nerd… Existem séries que além de cumprir o papel de entreter acabam ensinando coisas para seu público, desempenhando um papel social muito além do que se possa imaginar. Dentro desse ideal a Netflix busca cada vez mais inovar suas produções, surgindo em 7 de fevereiro de 2018 o programa Queer Eye, que se trata de uma adaptação direta ao programa Queer Eye for the Straight Guy, de 5 temporadas (2004 a 2007), produzido pela Bravo.
Queer Eye inova no conceito de reality do segmento. A ideia se baseia em reunir cinco gays que cada episódio prestarão o serviço de consultoria a uma pessoa “desajustada”. As dicas vão desde estética a uma reeducação comportamental e até mesmo uma repaginada na casa do participante.
O programa moderniza segmento por apresentar diversidade a todo momento em seus episódios. É visível que os cinco protagonistas, os Five Fabulous, possuem personalidades e perspectivas distintas diante das situações. A diferença entre eles acaba acrescentando muito para o universo da série, pois de partida fica claro que a proposta do programa é mexer nos nichos, discutir quem são, o que querem e o que as pessoas pensam que eles são.
Cada um dos cinco acaba sendo interessante de ser observado. Assim como as Spice Girls, você pode ter a sua preferida, mas sabe que o show completo só se dá com as cinco juntas.
A série também se diferencia por ter cuidado e apreço na escolha dos seus participantes. Não estamos falando de pessoas “desajustadas” que vivem assim por comodismo. Mas há um histórico por de trás de suas atitudes. Cada programa é visível que há um tema por trás dos personagens, desde religiosidade, aceitação e superação.
O contato entre os participantes e os 5 Fabulous é sincero e natural. Há segurança no quinteto em saber quem são e o que fazem dá ao participante segurança para abrir sua casa e deixar que eles vejam sua vida.
Nesse programa não existe vergonha alheia, os protagonistas não diminuem os participantes, não há humilhação, pelo contrário, existe um enriquecimento do participante.
Você se pega a todo momento imaginando um dia a campainha tocando e os cinco aparecendo na sua porta, invadindo sua casa, enquanto Bobby começa a ver sua decoração, Tan fica falando com você sobre estilo, já Karamo começa a delinear suas características, enquanto Antoni olha o que tem na sua cozinha para fazer comida e Jonathan analisa seu cabelo, sua barba, seu banheiro e no final fica fazendo tranças no cabelo da sua mãe (ou namorada) enquanto fica falando sobre hidratação capilar.
O programa está em sua segunda temporada, e se limita a 8 episódios cada uma (para nossa tristeza).
Queer Eye não é só mais uma em meio a muitas. A série é o que há de melhor no momento e trata da melhor maneira sobre empoderar-se de quem você é, assumindo sua sexualidade, seu peso, sua fé, sua situação social ou até mesmo seu amor próprio ou por outra pessoa.
Em meio a programas do ramo, com fórmulas fracas e defasadas, surge uma esperança de realmente se preocupar com um conceito e não só mostrar pessoas tristes ou zangadas.
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