‘O Poço’ revela um retrato da sociedade capitalista que não queremos ver
Está disponível no catálogo da Netflix o filme O Poço. O longa espanhol dirigido por Galder Gaztelu-Urrutia, conta com Iván Massagué, Alexandra Masangkay, Antonia San Juan e Emilio Buale no elenco e vem conquistando uma legião de expectadores.
Mas o que ele tem de tão especial?
Trata-se de um filme visceral onde a prerrogativa é a seguinte: Goreng o protagonista, em busca de um certificado, torna-se voluntário a participar de uma experiência conhecida popularmente como “O Poço”. Trata-se de uma prisão vertical com numerosas plataformas que condicionam os presos da plataforma debaixo se alimentar dos restos deixados pela plataforma anterior e assim por diante. Acontece na maioria das vezes, a medida que a escassez chega nas plataformas debaixo, traz com ela rastros de egoísmo e violência. É aí que Goreng, a medida que vive experiências periódicas em aleatórias plataformas, começa a questionar e tentar vencer o sistema.
O homem é o lobo do homem
O filme faz uma referencia clara ao sistema em que vivemos.
Com uma distribuição irregular de riquezas de quem está nas camadas mais altas e a falta de solidariedade e egoísmo com as classes menos abastadas, a medida que descem os andares podemos perceber que os recursos e possibilidade de ascensão são cada vez menores, ao passo que a competitividade aumenta, bem como a violência e as condições de vida.
O comportamento humano também é questionado no filme
Quando tentam orientar pacificamente as pessoas das condições de quem está abaixo, elas só pensam nelas mesmas, visto que não sabem do dia de amanhã.
Outra lição a se tirar é sobre o produto do mundo que é produzido em boa qualidade e suficiente para todos, sendo nós os algozes ambiciosos que utilizamos mal nossos recursos em um sistema que não se sustenta.
Meritocracia?
Quando Baharat, um dos personagens de melhor caráter tenta “subir de nível”, contando com a ajuda de quem está em cima, tem seu rosto defecado por aqueles em quem confiou e se vê obrigado a cair novamente. Tal referência, pode nos dizer que muitas vezes independente da luta ou dá batalha, se as camadas de cima por quaisquer motivos quiserem impedir que o cidadão suba, seja por questões raciais, de gênero, de classe social ou quaisquer outras, ela certamente impedirá.
A mensagem
Ao final do filme, uma das personagens, a mais jovem do filme, até então é vista como a mensagem.
É aí que cada detalhe importa: entendemos portanto que a figura da garota representa uma esperança da nova geração, que deve propor uma mudança drástica no nosso atual sistema.
Além disso, somente alguém que teve a experiência mais difícil estando na camada mais baixa, conseguirá propor uma mudança com empatia que sustente igualitariamente em todas as camadas da sociedade.
No entanto, como toda obra, “O Poço” é aberta a diversas interpretações. Por isso, recomendamos o quanto antes que você assista e nos conte o que achou.
Vale a pena conferir.
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