Review TBX | Baby: Um recorte ácido da adolescência de classe média

Saiba o que esperar em Baby, nova série da Netflix

 

Dirigido por Andrea De Sica e Anna Negri a série italiana Baby tem chamado a atenção na Netflix, isso porque as imagens provocantes em contraste com a tenra idade das personagens desperta o interesse de quem busca por um título polêmico. Mas, mais do que isso, Baby mostra um retrato ácido da adolescência de classe média.

 

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A série conta a história de Chiara (Benedetta Porcaroli), uma entediada adolescente que vive o drama de sua busca por identidade em Roma. Em uma escola de elite, possui amigos comuns e de boa reputação, é vista como aluna regular com destaque moderado. Até que sua vida muda de perspectiva ao conhecer a desafiadora Ludovica (Alice Pagani), uma jovem ligeiramente problemática e intensa que estimula Chiara se provar e a experimentar um mundo arriscado, regado a bebidas, drogas e até prostituição.

 

“Eu não estava usando os corpos para ser sensacionalista ou glamurizar, como muitos temíamos que estávamos fazendo. Era mais um problema psicológico de livre-arbítrio de um adolescente, e de entrar neste mundo que muitas vezes pode ser assustador, de lidar com causas e consequências.

O sexo não é o assunto principal; é o que acontece antes e o que acontece depois. Era importante ter respeito pelo temo e pelas garotas, e tentar não julgá-las como ‘pobres vítimas’, e sim tentar entender o que estava se passando com uma garota de 16 anos, que se sente completamente desprendida do mundo e mergulhando neste universo de clubes noturnos, pessoas mais velhas. Enfim, todas essas coisas que são muito reais e contemporâneas.” – Palavras do diretor, Andrea De Sica.

 

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No entanto, é preciso ressaltar que o foco do enredo é a experimentação adolescente na busca incessante por emoções fortes e identidade. Com o realismo já visto em Skins e pitadas provocantes como os da famigerada Elite, (Aos Treze também), Baby se desenrola em uma trama verossímil de adolescentes reais, com realidades diferentes, e, sem floreios, faz um recorte fiel desse período de mudanças.

 

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A direita: Damiano (Riccardo Mandolini), um dos personagens centrais.

 

Sim, os personagens fumam, fazem sexo, são por vezes perversos, por vezes ingênuos, se entregando a realidades maliciosas em busca de intensidade e sua busca por um lugar “relevante” no mundo (ou aos olhos dos outros). Vão aprendendo a lidar com decepções, descobrindo frustrações do mundo adulto e ao mesmo tempo se descobrem sexualmente, seus limites e seus pontos fracos.

 

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Os episódios são ligeiramente longos, despertam um sutil interesse em seu decorrer e fazem bons ganchos que estimulam o espectador a ver o próximo episódio. Mas, típico de produções europeias, o título se preocupa em contar a história, despreocupado com pontos de virada ou ritmos próprios de blockbusters americanos (o que pode causar estranheza). Outro ponto importante para não se frustrar, é saber que o intuito da série é ser um “recorte”, mostrar o drama adolescente, não necessariamente com começos e fins.

 

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Dito isso, assista Baby, disponível na Netflix. Uma série para quem gosta de bons dramas adolescentes longe do colorido mundo das superproduções.

 

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