O Predador: A Caçada | Crítica

Em 1987 era lançado Predador, de John McTiernan, um filme que marcaria gerações e que nunca conseguiria ser replicado em nenhum momento depois, tendo inúmeras continuações e até mesmo reboot, mas sem nenhum sucesso.

Entretanto, O Predador: A Caçada chegou para provar que é sim capaz de entregar um outro filme bom para a franquia e sem exagerar, sendo pé no chão e aproveitando do popular o personagem é.

A trama de O Predador: A Caçada

Dirigido por Dan Trachtenberg, que tem em seu currículo Rua Cloverfield, 10, O Predador: A Caçada tem sua trama conduzida pela jovem Naru (Amber Midthunder) e seu irmão Taabe (Dakota Beavers). Naru está no rumo da conclusão de um ritual de caçada, onde só assim poderá se consagrar uma guerreira comanche, toda a jornada de Naru durante o filme é tratada como uma jornada de amadurecimento, responsabilidades e é claro, frieza, algo que a personagem demonstrou ter em inúmeros momentos do longa.

O Predador tem uma participação muito importante no longa, é claro, mas por se tratar de um prequel, é nítido que toda a história por trás e que antecede o monstro, seria o mais importante a ser contado do roteiro, e para isso, tudo precisaria ser feito com muita precisão.

Naru é uma personagem concisa, ela almeja grandes coisas mas possivelmente por ser uma mulher, e um tanto quanto mais nova que os outros membros, é taxada como insuficiente para tal tarefa, que até o início do longa não era derrotar um alienígena.

Desde o início Taabe, seu irmão, era tido como o guerreiro mais experiente dos nativos, com a tribo não acreditando no potencial de Naru, fazendo com que na verdade isso causasse alguns problemas durante a jornada, como algumas mortes para o predador.

O suspense em torno da presa

O que poderia ser um filme de ação, na verdade acaba perdendo totalmente o seu foco, puxando cada vez mais pro gênero do drama e horror, com algumas cenas de ação quando fosse necessário.

Mas na verdade, o maior foco de tudo isso é a história de Naru e a tribo Comanche, onde vemos a ingenuidade dos integrantes que se consideram superiores, e de Naru, ao achar que conseguiria facilmente alcançar o seu objetivo, e mostrar para a tribo que ela era capaz.

Todo o suspense em O Predador: A Caçada tem um grande auxílio do figurino, efeitos sonoros e principalmente de toda a ambientação do filme. Toda a questão da atmosfera da floresta, a “investigação” pelas pegadas do predador, a utilização dos recursos da natureza para poder enfrentar o monstro são grandes feitos notáveis que o filme consegue abordar.

O orçamento do filme e a utilização do mesmo

Algo que é um tanto quanto notável durante a exibição do longa na televisão de sua casa, com certeza é os efeitos visuais que não chegam até o ápice, resumidamente, são muito inferiores aos grandes filmes que são reproduzidos nas telas dos cinemas atualmente. Por mais que toda a atmosfera, figurinos e o roteiro sejam fatos impecáveis do filme, o Predador deixa um tanto quanto a desejar, não pelo seu visual que é deveras impressionante, mas pelos efeitos do mesmo.

Talvez nem seja muito a invisibilidade do monstro, mas a interação entre ele, os animais e os humanos (esses um pouco menos estranhos, mas é claro que se há um motivo para isso).

É um tanto quanto curioso esse descuido em relação aos efeitos visuais já que de acordo com o diretor do filme, Dan Trachtenberg, O Predador: A Caçada teve seu orçamento totalmente planejado para uma exibição em massa nos cinemas, ou seja, um orçamento muito maior do que séries que saem em plataformas de streaming ou até mesmo alguns filmes menores.

Entretanto, não é de se duvidar que se o orçamento realmente foi de um grande longa-metragem, ele não foi bem utilizado, já que por algum motivo desconhecido a 20th Century Studios decidiu lançá-lo apenas no streaming, ao invés dos cinemas, demonstrando uma certa desconfiança com o filme.

Cena de O Predador: A Caçada, do Star+
Imagem: Reprodução/20th Century Studios

Vale a pena assistir?

O Predador: A Caçada trás uma visão diferente para a franquia, mas sem tirar o foco do que realmente importa, e isso é algo bom e que pode ser muito duradouro, caso o filme seja bem recebido pelo público e fãs da franquia.

Se você assistiu o filme e ficou ao menos um curto período de tempo nos créditos, uma parte específica dos créditos dá a entender que a tribo Comanche realmente foi buscar um lugar mais seguro, assim como Naru recomendou, mas muitas outras naves alienígenas chegaram até as Grandes Planícies, deixando em aberto uma possível continuação do filme.

O Predador: A Caçada é um filme que pega na sua mão e te leva até onde realmente interessa, sem muita enrolação, colocando em jogo apenas o necessário e sem seguir a ideia do fan service, tentando trazer algo de novo ao invés de uma cópia banal do primeiro filme, fazendo com que dessa forma, finalmente haja um acerto.

O Predador: A Caçada já está disponível para assistir através do Star+ no Brasil