O Perfume (2018): Um thriller alemão com uma abordagem moderna e macabra
A literatura e o cinema frequentemente exploram o impacto dos sentidos na psique humana, e O Perfume: A História de um Assassino, de Patrick Süskind, é um dos exemplos mais icônicos dessa abordagem.
O romance, publicado em 1985, inspirou uma adaptação cinematográfica em 2006, mas a série O Perfume (2018) leva essa premissa para um novo território: o mundo moderno e seus segredos obscuros.
Criada por Oliver Berben, essa produção alemã de suspense psicológico adapta livremente a essência do livro original, transportando-a para uma investigação policial sobre assassinatos brutais ligados a uma obsessão pelo olfato.
Lançada na Netflix, a série combina mistério, horror e drama psicológico em uma trama envolvente e perturbadora.
Neste artigo, vamos explorar a história, os personagens, a atmosfera visual e o impacto de O Perfume, uma das mais intrigantes séries de suspense europeias dos últimos anos.
Saiba mais:
Sinopse: Uma série de assassinatos e um passado obscuro
A trama de O Perfume começa com a descoberta do corpo mutilado de uma cantora, encontrada com suas glândulas olfativas removidas. O crime brutal choca a polícia e desencadeia uma investigação que rapidamente se conecta a um grupo de cinco amigos que, no passado, frequentaram o mesmo internato.
Durante a adolescência, esse grupo realizou experiências macabras para manipular pessoas através do cheiro, inspirados na história de O Perfume. Agora, com o assassinato brutal de uma de suas conhecidas, cada um deles se torna um suspeito.
A detetive Nadja Simon (Friederike Becht) lidera a investigação, mergulhando nos segredos do passado dos suspeitos. No entanto, conforme mais mortes acontecem, a obsessão pelo olfato se revela não apenas um estudo psicológico, mas também um desejo fatal e incontrolável.
Personagens principais e atuações marcantes
A série conta com um elenco talentoso que entrega performances intensas, tornando a narrativa ainda mais envolvente.
Friederike Becht como Nadja Simon
- Uma investigadora determinada que tenta desvendar os assassinatos enquanto enfrenta seus próprios traumas e um relacionamento complicado com o promotor do caso.
- Sua busca pela verdade se torna cada vez mais pessoal, à medida que mergulha nos segredos do grupo suspeito.
Wotan Wilke Möhring como Joachim Grünberg
- O promotor do caso e ex-amante de Nadja.
- Ele desempenha um papel ambíguo na história, ajudando na investigação, mas também escondendo aspectos de seu próprio passado.
August Diehl como Moritz de Vries
- Um dos membros do grupo de amigos, cujo comportamento enigmático e fascinação pelo olfato levantam suspeitas.
- Seu personagem representa a dualidade entre genialidade e obsessão patológica.
Ken Duken como Roman Seliger
- Outro ex-integrante do grupo, agora um empresário de sucesso que tenta esconder sua conexão com os eventos do passado.
- Sua posição de poder e influência o tornam um dos principais suspeitos.
Trystan Pütter como Daniel Sluiter
- Um homem atormentado pelo que viveu no internato, tentando levar uma vida normal enquanto as mortes começam a cercá-lo.
- Sua vulnerabilidade e medo fazem dele um personagem complexo e instigante.
Christian Friedel como Thomas Butsche
- Um indivíduo peculiar e solitário, cuja obsessão pelo olfato o coloca no centro das investigações.
- Ele é uma peça-chave na trama, fornecendo pistas sobre a natureza dos crimes.
Temas centrais: A obsessão que leva ao crime
Diferente da adaptação cinematográfica de O Perfume, O Perfume não segue a história de Jean-Baptiste Grenouille, mas captura sua essência, explorando temas como:
1. O poder do olfato na psique humana
- O grupo de amigos descobre, na juventude, que as fragrâncias podem influenciar emoções e decisões.
- Essa ideia evolui para experimentos perigosos e, eventualmente, assassinatos brutais.
2. Traumas do passado e seus efeitos na vida adulta
- Cada um dos personagens carrega cicatrizes emocionais da época do internato, e esses traumas desempenham um papel crucial no desenrolar da trama.
- A narrativa mostra como experiências da juventude podem moldar a mente de formas inesperadas e perturbadoras.
3. A fronteira entre ciência e loucura
- A busca pela “fragrância perfeita” leva os envolvidos a ultrapassar limites morais e legais, questionando até que ponto a ciência e a arte podem justificar atos monstruosos.
Atmosfera e cinematografia: O desconforto como linguagem visual
A estética de O Perfume é fundamental para criar o clima de tensão psicológica e mistério.
- Paleta de cores frias e escuras → Transmite a sensação de claustrofobia e opressão emocional.
- Fotografia detalhista → Enfatiza a importância dos sentidos, especialmente o olfato, na experiência dos personagens.
- Trilha sonora inquietante → Reforça o suspense e a sensação de paranoia crescente ao longo da trama.
A direção de Philipp Kadelbach aposta em planos fechados e ângulos instáveis, criando um efeito de desconforto que reflete o estado mental dos personagens.
Recepção e impacto internacional
A série recebeu críticas positivas, especialmente por sua abordagem inovadora e suas atuações intensas.
- Rotten Tomatoes: 80% de aprovação.
- IMDb: Nota 7,1/10.
Elogios da crítica:
✔ Narrativa envolvente e bem construída.
✔ Exploração psicológica dos personagens.
✔ Atmosfera sombria e cinematografia impressionante.
Críticas:
✖ Ritmo lento em alguns momentos.
✖ Algumas subtramas poderiam ser mais exploradas.
Conclusão: Um thriller imperdível para fãs de suspense psicológico
Se você gostou de O Perfume e aprecia thrillers psicológicos como Mindhunter e Dark, O Perfume é uma excelente escolha.
Com uma trama sombria, personagens complexos e uma abordagem inovadora, a série se destaca como uma das produções alemãs mais intrigantes dos últimos anos.
Seja pela exploração da mente humana, pela obsessão pelo olfato ou pela tensão crescente, O Perfume é uma experiência intensa, desconfortável e fascinante.
Assista ao trailer de “O Perfume”
No Brasil, “O Perfume” está disponível na Netflix.