O Homem que Copiava (2003): Um Retrato de Engano e Aspirações no Cinema Brasileiro
O Homem que Copiava (2003), dirigido por Jorge Furtado, é uma das produções cinematográficas mais intrigantes do cinema brasileiro dos anos 2000. O filme mistura comédia e drama, criando uma narrativa que cativa o público com suas complexidades e temas contemporâneos.
Ao contar a história de um jovem operador de fotocopiadora envolvido em um esquema de falsificação, a produção não apenas toca em questões sociais, mas também apresenta um retrato fiel da vida urbana e das aspirações de uma geração.
Este artigo explora a trama, os personagens, o contexto cultural e social do filme, além de discutir a maneira como ele foi recebido pela crítica e o público. Ao longo da análise, destacaremos os principais elementos que fazem de “O Homem que Copiava” uma obra marcante no cinema nacional.
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A Trama de “O Homem que Copiava”: Uma Mistura de Comédia e Drama

O Enredo Central
O filme segue a vida de André (interpretado por Lázaro Ramos), um jovem operador de fotocopiadora que trabalha em uma loja no centro de Porto Alegre.
Sua vida monótona dá uma virada inesperada quando ele começa a se envolver em um esquema de falsificação de documentos. A situação se complica quando ele se apaixona por Silvia (Leandra Leal), uma jovem que se torna o objetivo de seus planos.
A trama mistura elementos de comédia e drama, utilizando situações cotidianas de forma leve, mas ao mesmo tempo introduzindo dilemas morais e éticos.
O personagem principal, que inicialmente parece ser apenas mais um trabalhador comum, acaba se transformando em alguém disposto a enfrentar riscos para melhorar sua vida e conquistar o amor de Silvia.
A dualidade entre suas ações e as consequências do que está fazendo traz uma crítica social importante.
A Falsificação e os Limites da Moralidade
Um dos pontos centrais do filme é a maneira como ele aborda a falsificação.
Ao optar por uma abordagem aparentemente inofensiva, como copiar documentos, o filme mostra como as ações pequenas podem crescer e tomar proporções maiores, levando o protagonista a questionar até onde está disposto a ir para alcançar seus objetivos.
A falsificação, nesse caso, não é apenas uma questão legal, mas também moral e ética, o que coloca o personagem em constante conflito consigo mesmo.
Personagens de “O Homem que Copiava”: Reflexos de uma Sociedade
André: O Anti-herói Relutante
O protagonista André é, sem dúvida, o personagem mais complexo de “O Homem que Copiava”. Interpretado por Lázaro Ramos, ele é um jovem que trabalha com o que pode e sonha em alcançar algo maior.
No entanto, a vida o empurra para escolhas duvidosas, como se envolver com falsificações, o que reflete a busca de muitas pessoas por uma maneira de “driblar” a realidade e escapar das limitações impostas pela sociedade.
Através de André, o filme aborda temas de classe social, pobreza, e a sensação de impotência diante de um sistema que parece não oferecer oportunidades reais.
Sua história não é apenas a de um homem que copia documentos, mas a de alguém que tenta dar um sentido à sua vida em um mundo cheio de dificuldades.
Silvia: O Amor e a Ilusão
Silvia, a personagem interpretada por Leandra Leal, também desempenha um papel crucial na narrativa. Ela representa o sonho de André, a figura que ele deseja conquistar e que o leva a tomar decisões que mudam seu destino.
No entanto, ela também serve como um reflexo das ilusões que as pessoas podem ter sobre o amor e a realização pessoal. A relação deles é marcada pela idealização e pelas falhas de comunicação, que geram um efeito dramático na trama.
A Estética e a Direção de Jorge Furtado
A Comédia com Toques de Drama
A direção de Jorge Furtado é habilidosa ao misturar comédia e drama de uma maneira que mantém o público engajado, sem jamais perder o tom reflexivo e sério da história.
Embora o filme tenha momentos de humor, especialmente em cenas que envolvem o cotidiano de André e seu trabalho como operador de fotocopiadora, ele também trata de temas pesados e profundos, como a criminalidade, a moralidade e os dilemas pessoais do protagonista.
Porto Alegre como Cenário
Porto Alegre é uma presença constante no filme, sendo mais do que apenas o cenário de fundo.
A cidade, com suas ruas, lojas e vida urbana, é retratada de maneira a contextualizar a história de André. As locações são bem escolhidas e ajudam a reforçar a atmosfera do filme, conferindo-lhe uma identidade própria.
A Recepção de “O Homem que Copiava”: Um Filme que Provoca Reflexões
Sucesso Crítico e Popularidade
Ao ser lançado em 2003, “O Homem que Copiava” foi bem recebido tanto pela crítica quanto pelo público. O filme ganhou prêmios e destacou-se no circuito de festivais internacionais.
O fato de misturar comédia e drama de forma inteligente chamou a atenção e gerou discussões sobre a realidade social brasileira e as questões de ética e moralidade.
A obra também foi um marco na carreira de Lázaro Ramos, consolidando-o como um dos grandes nomes do cinema brasileiro. A interpretação de Ramos, aliada à direção de Furtado, trouxe uma dimensão humana e complexa ao filme, o que o tornou memorável.
A Relevância Social e Cultural
Mais do que um simples retrato de um homem que copia, o filme se utiliza do contexto social brasileiro para fazer uma crítica sobre as limitações da classe média e a busca por soluções rápidas para os problemas econômicos.
A relação de André com o mundo à sua volta, suas ambições e suas frustrações, são reflexos de muitos jovens brasileiros que se veem à margem de um sistema que não oferece muitas oportunidades.
Conclusão: “O Homem que Copiava” e sua Legado no Cinema Brasileiro

O Homem que Copiava (2003) é, sem dúvida, um filme que não pode ser esquecido na história do cinema brasileiro.
A combinação de comédia, drama e crítica social, junto com personagens profundos e bem construídos, fez com que o filme se tornasse um marco da década de 2000.
O filme não só oferece uma visão única da realidade brasileira, mas também questiona valores e normas sociais, deixando uma marca importante na cinematografia nacional.
Ao falar sobre um jovem operador de fotocopiadora que se envolve em um esquema de falsificação, a obra de Jorge Furtado nos faz refletir sobre as escolhas que fazemos e os limites da moralidade.
“O Homem que Copiava” é uma história que, embora simples em sua premissa, se aprofunda em questões universais, tornando-se uma obra que transcende sua época.
Assista ao trailer de “O Homem que Copiava“
No Brasil, “O Homem que Copiava” está disponível na Amazon Prime Video e Globoplay.