Nightflyers (2018): Um terror sci-fi claustrofóbico baseado na obra de George R.R. Martin
O nome George R.R. Martin é amplamente conhecido pelo sucesso de Game of Thrones, mas sua carreira vai muito além da fantasia medieval. Antes de Westeros, Martin já escrevia ficção científica e terror, explorando temas como o desconhecido, o medo e os perigos da ambição humana.
Foi desse período que surgiu Nightflyers, uma novela publicada em 1980 que mistura terror psicológico e sci-fi claustrofóbico. A história foi adaptada para o cinema em 1987 e, em 2018, ganhou uma versão mais ambiciosa em formato de série, produzida pelo canal Syfy e distribuída pela Netflix.
Com uma premissa que lembra clássicos como Alien e Event Horizon, Nightflyers acompanha uma equipe de cientistas em uma missão para fazer o primeiro contato com uma misteriosa raça alienígena.
Mas conforme eventos sobrenaturais começam a ocorrer, a tripulação percebe que o verdadeiro terror pode não estar no espaço, mas dentro da própria nave.
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Sinopse: Uma missão que se transforma em pesadelo
Em 2093, a humanidade enfrenta uma crise global e busca respostas no cosmos. Para tentar estabelecer contato com os Volcryn, uma enigmática civilização alienígena, um grupo de cientistas embarca na Nightflyer, a nave mais avançada da história.
A missão é liderada por Karl d’Branin (Eoin Macken), um astrofísico determinado a encontrar os Volcryn a qualquer custo. Ele é acompanhado por uma tripulação diversificada, incluindo:
- Agatha Matheson (Gretchen Mol), uma psiquiatra especializada em telepatia.
- Thale (Sam Strike), um telepata L-1 capaz de acessar as mentes dos outros, mas cuja presença causa medo entre os tripulantes.
- Lommie Thorne (Maya Eshet), uma ciberneticista que se conecta à nave por meio de um implante neural.
- Melantha Jhirl (Jodie Turner-Smith), uma oficial geneticamente aprimorada.
- Rowan (Angus Sampson), um xenobiólogo que lida com a perda e o isolamento.
O capitão Roy Eris (David Ajala), misterioso e recluso, governa a Nightflyer das sombras, raramente se comunicando pessoalmente com a equipe.
No início, a missão parece seguir como planejado. Mas quando eventos inexplicáveis começam a ocorrer — alucinações, ataques violentos e mortes misteriosas — a tripulação percebe que algo maligno já está dentro da nave.
Conforme a paranoia se espalha, os cientistas precisam descobrir o que está acontecendo antes que seja tarde demais.
Temas e atmosfera: Terror psicológico no espaço
Nightflyers combina ficção científica com terror psicológico, criando uma sensação de claustrofobia e paranoia a bordo da nave. Entre os principais temas explorados estão:
1. O isolamento e a insanidade
O espaço já é, por si só, um ambiente inóspito e solitário. A série explora o impacto do confinamento na mente humana, mostrando como os personagens gradualmente perdem a sanidade diante dos eventos inexplicáveis.
2. A desconfiança entre os personagens
A presença de um telepata na tripulação gera medo e desconfiança. Thale é visto como uma ameaça, mas conforme os acontecimentos se tornam mais sombrios, todos começam a suspeitar uns dos outros.
3. A tecnologia como inimiga
A nave Nightflyer, apesar de ser a mais avançada já construída, esconde segredos obscuros. Suas inteligências artificiais e sistemas começam a agir de maneira imprevisível, sugerindo que há algo mais à espreita na escuridão do espaço.
4. A busca pelo desconhecido e suas consequências
O desejo da humanidade de explorar o cosmos e encontrar os Volcryn se torna uma obsessão perigosa. A série questiona se realmente vale a pena ultrapassar certos limites em nome da ciência.
Elenco e personagens principais
Eoin Macken como Karl d’Branin
- Um cientista obcecado em encontrar os Volcryn, acreditando que eles podem salvar a humanidade.
- Sua fixação o leva a ignorar os sinais de que há algo errado na missão.
Gretchen Mol como Agatha Matheson
- Psiquiatra que cuida de Thale, tentando proteger tanto ele quanto a tripulação.
- Sua relação com o telepata a coloca em constante risco.
David Ajala como Roy Eris
- O enigmático capitão da Nightflyer, que esconde um grande segredo sobre sua identidade.
Sam Strike como Thale
- Um telepata poderoso, mas instável, que sofre preconceito e é acusado de causar os eventos sobrenaturais.
Jodie Turner-Smith como Melantha Jhirl
- Uma oficial geneticamente aprimorada, mais forte e resistente do que um humano comum.
Recepção e crítica
Nightflyers dividiu opiniões. Enquanto alguns espectadores apreciaram a atmosfera de suspense e a complexidade dos personagens, outros criticaram a falta de originalidade e o desenvolvimento confuso da trama.
Notas da crítica
- Rotten Tomatoes: 33% de aprovação
- Metacritic: 47/100
Entre os pontos positivos, destacam-se:
✔ Atmosfera tensa e visual impressionante.
✔ Efeitos especiais bem produzidos para uma série de TV.
✔ Atuação convincente de Maya Eshet como Lommie.
Já os principais problemas apontados foram:
✖ Roteiro inconsistente, com mais perguntas do que respostas.
✖ Falta de profundidade no desenvolvimento dos personagens.
✖ Final inconclusivo devido ao cancelamento de Nightflyers.
Conclusão: Vale a pena assistir Nightflyers?
Se você gosta de terror espacial e de histórias sobre paranoia e isolamento, Nightflyers pode ser uma experiência intrigante. A série tem uma ambientação bem construída, cenas de suspense impactantes e um elenco talentoso.
No entanto, se você procura uma trama bem amarrada e satisfatória, pode acabar frustrado. O cancelamento de Nightflyers após a primeira temporada deixou várias perguntas sem resposta, tornando-a uma experiência incompleta.
Para fãs de sci-fi sombria, como Event Horizon, Alien e Sunshine, Nightflyers oferece momentos interessantes, mas não chega a se tornar um clássico do gênero.
Assista ao trailer de “Nightflyers”
No Brasil, “Nightflyers” está disponível na Netflix.