Losing Alice (2020) – Um Thriller Psicológico Israelense Sobre Obsessão e Manipulação no Mundo do Cinema
O cinema sempre foi um ambiente fértil para explorar os aspectos mais profundos da mente humana. Em Losing Alice (2020), essa temática ganha um novo nível de profundidade ao misturar arte, desejo, ambição e manipulação em um thriller psicológico cativante.
A série israelense, criada, escrita e dirigida por Sigal Avin, mergulha na complexidade de uma diretora de cinema que, em crise criativa, vê sua vida virar de cabeça para baixo ao conhecer uma roteirista jovem e enigmática.
O que começa como um encontro casual se transforma em um jogo de poder e sedução, onde os limites entre realidade e ficção começam a se borrar.
Exibida originalmente na Apple TV+, Losing Alice foi amplamente elogiada por seu estilo cinematográfico, narrativa envolvente e performances intensas, especialmente das protagonistas Ayelet Zurer e Lihi Kornowski.
Se você gosta de séries como Black Swan ou Mulholland Drive, onde a obsessão e a ambição caminham lado a lado, Losing Alice é um prato cheio.
Saiba mais:
Sinopse: Um Jogo de Manipulação e Poder
A trama segue Alice Ginor (Ayelet Zurer), uma diretora de cinema de 48 anos que, após anos priorizando a família, sente-se estagnada profissionalmente e esquecida na indústria cinematográfica.
Durante uma viagem de trem, Alice conhece Sophie Marciano (Lihi Kornowski), uma jovem roteirista de 24 anos, cheia de talento e ousadia. Sophie confessa ser uma grande admiradora do trabalho de Alice e compartilha um roteiro provocador que gostaria que ela dirigisse.
Inicialmente, Alice vê Sophie apenas como uma jovem ambiciosa, mas aos poucos, uma relação de fascínio e obsessão se forma entre as duas. Conforme Alice se aprofunda no mundo de Sophie, começa a perceber que sua vida e sua arte estão sendo moldadas por forças que talvez ela não consiga controlar.
O relacionamento entre Alice e Sophie logo começa a afetar sua vida pessoal, incluindo seu casamento com David (Gal Toren), um ator de sucesso que também se vê envolvido na teia de sedução e manipulação que Sophie cria.
A partir daí, Losing Alice se desenrola em um jogo psicológico intenso, onde realidade e ficção se misturam e a linha entre desejo e destruição se torna cada vez mais tênue.
Desenvolvimento da Trama: Entre o Real e o Irreal
O que faz de Losing Alice uma série tão fascinante é a maneira como desconstrói a narrativa linear tradicional. A história não é contada de forma direta, mas através de flashbacks e flashforwards, obrigando o espectador a montar o quebra-cabeça junto com a protagonista.
Conforme Alice se aproxima de Sophie, sua percepção do que é real começa a se distorcer. Ela passa a duvidar de suas próprias escolhas, sua identidade e até mesmo de seus desejos.
A tensão cresce à medida que Alice precisa decidir até onde está disposta a ir para recuperar sua relevância como diretora. Será que ela realmente quer fazer o filme de Sophie, ou será que quer ser Sophie?
O relacionamento entre as duas se torna cada vez mais ambíguo, transitando entre amizade, rivalidade, desejo e medo. A dinâmica entre mestre e aprendiz se inverte constantemente, tornando a narrativa ainda mais instigante.
Elenco Principal: Performances de Alto Nível
- Ayelet Zurer como Alice Ginor – A veterana atriz entrega uma performance magnética como uma mulher dividida entre seu talento, sua vida familiar e uma obsessão crescente.
- Lihi Kornowski como Sophie Marciano – Com um carisma sedutor e perturbador, Kornowski brilha como a jovem roteirista misteriosa que manipula todos ao seu redor.
- Gal Toren como David Ginor – O marido de Alice, um ator bem-sucedido que se vê envolvido no jogo psicológico das duas protagonistas.
- Shai Avivi como Ami – Um amigo e conselheiro de Alice, que tenta ajudá-la a enxergar os perigos da situação.
- Chelli Goldenberg como Tami – Personagem que desempenha um papel importante na vida de Alice, acrescentando ainda mais camadas à história.
Temas Centrais: A Complexidade da Obsessão e da Arte
1. O Medo da Irrelevância e o Desejo de Reconhecimento
Alice sente que sua carreira estagnou e que o mundo do cinema não tem mais espaço para mulheres de sua idade. O roteiro de Sophie surge como uma oportunidade de renascimento profissional, mas também como uma ameaça.
2. Manipulação e Poder
A relação entre Alice e Sophie é um jogo constante de manipulação. Quem está realmente no controle? Alice usa Sophie para voltar aos holofotes ou Sophie usa Alice para ganhar credibilidade?
3. O Papel da Mulher no Cinema
Losing Alice levanta questionamentos sobre o machismo na indústria do entretenimento e o modo como as mulheres são frequentemente colocadas em posições de disputa.
4. Realidade vs. Ficção
A trama constantemente desafia o espectador a distinguir o que é real do que é parte do filme que Alice está criando. Essa camada extra de complexidade deixa Losing Alice ainda mais intrigante.
Estilo Visual e Direção: Uma Atmosfera Hipnótica
Dirigida por Sigal Avin, Losing Alice utiliza uma estética altamente cinematográfica, com uma fotografia repleta de tons sombrios e iluminação intimista.
As cenas são filmadas de maneira introspectiva e claustrofóbica, enfatizando o estado mental conturbado da protagonista. A trilha sonora, discreta e tensa, contribui para a crescente sensação de desconforto.
As transições entre presente e passado, realidade e ficção, são feitas de maneira fluida, desafiando o espectador a reconstruir a linha do tempo da narrativa.
Recepção Crítica: O Que Dizem os Especialistas?
Desde sua estreia, Losing Alice recebeu críticas positivas, especialmente por sua abordagem psicológica profunda e performances intensas.
- No Rotten Tomatoes, Losing Alice tem 75% de aprovação, sendo descrita como “uma exploração elegante e enervante da ambição artística”.
- No Metacritic, a pontuação é 75/100, com destaque para o roteiro inteligente e a direção sofisticada.
- A Variety elogiou a cinematografia e comparou Losing Alice a thrillers psicológicos como Cisne Negro e Persona.
Conclusão: Vale a Pena Assistir?
Se você gosta de thrillers psicológicos intensos, sensuais e provocativos, Losing Alice é uma experiência imperdível. A série não apenas prende a atenção do espectador, mas também desafia a percepção da realidade e da ambição artística.
Com uma narrativa bem construída, performances excepcionais e um visual impactante, Losing Alice é uma das melhores produções israelenses dos últimos anos.
Assista ao trailer de “Losing Alice”
No Brasil, “Losing Alice” está disponível na Apple TV+.