Infinitum: Perigo invisível (2021) – Uma Jornada Solitária em Realidades Paralelas
Os filmes de ficção científica frequentemente exploram conceitos como viagem no tempo, realidades paralelas e loops temporais, desafiando nossa percepção da realidade.
Infinitum: Perigo invisível (2021) é um desses filmes, apresentando uma narrativa intrigante sobre uma mulher presa em um universo alternativo.
Dirigido por Matthew Butler-Hart e estrelado por Tori Butler-Hart, o longa se destaca não apenas por sua história, mas também pelas circunstâncias em que foi produzido: filmado inteiramente durante o primeiro lockdown do Reino Unido, usando um iPhone.
Com participações especiais de Ian McKellen (X-Men, O Senhor dos Anéis) e Conleth Hill (Game of Thrones), o filme combina uma abordagem intimista e minimalista com conceitos científicos complexos, criando uma experiência única para os fãs do gênero.
Neste artigo, exploramos a trama, a produção e o impacto do filme.
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Sinopse: Um Mistério em Loop Temporal
A protagonista, Jane (Tori Butler-Hart), acorda em um sótão desconhecido, amarrada e sem memória de como chegou ali. Desorientada, ela consegue se libertar e começa a explorar o ambiente, apenas para perceber que está presa em uma realidade alternativa.
Como se isso não fosse suficiente, Jane descobre que está vivendo um loop temporal – cada vez que morre ou chega a um ponto crítico, o ciclo reinicia, forçando-a a reviver os mesmos eventos.
Enquanto tenta escapar, Jane encontra pistas deixadas por cientistas, incluindo o Professor Aaron Östergaard (Conleth Hill) e o Dr. Charles Marland-White (Ian McKellen).
Aos poucos, ela começa a compreender que está no centro de um experimento de uma organização secreta chamada Wytness, que realiza estudos sobre realidades alternativas. Mas a questão permanece: existe uma saída para esse ciclo infinito?
A Produção Durante a Pandemia
Filmagens e Direção
O grande diferencial de Infinitum: Perigo invisível está no fato de que foi filmado inteiramente durante o lockdown da COVID-19 no Reino Unido.
O diretor Matthew Butler-Hart e a atriz Tori Butler-Hart, que também coescreveram o roteiro, decidiram realizar o filme com recursos extremamente limitados, utilizando um iPhone como câmera principal.
O resultado é uma estética minimalista, que reforça o isolamento e a claustrofobia da protagonista. A cidade vazia e os cenários desertos não são apenas escolhas narrativas – eles refletem a realidade de um mundo parado pela pandemia, adicionando uma camada de autenticidade ao filme.
Atuação e Narrativa Solitária
Com pouquíssimos personagens em cena, Infinitum: Perigo invisível depende inteiramente da performance de Tori Butler-Hart.
Sua atuação transmite a confusão, frustração e desespero de alguém que precisa entender sua situação e encontrar uma solução. A ausência de interações humanas constantes reforça o sentimento de isolamento e incerteza.
Conceitos Científicos e Influências
Realidades Paralelas e Física Quântica
A trama de Infinitum: Perigo invisível se baseia em conceitos da física quântica e do multiverso.
A ideia de existirem diferentes versões de nós mesmos em realidades alternativas tem sido explorada na ficção científica há décadas, e o filme brinca com essa possibilidade ao sugerir que Jane é parte de um experimento que testa a transição entre dimensões.
Esse conceito já foi abordado em filmes como Interestelar (2014), Primer (2004) e Coherence (2013), que exploram diferentes interpretações do espaço-tempo e da física quântica. Em Infinitum: Perigo invisível, a abordagem é mais subjetiva, deixando muitas questões abertas para a interpretação do espectador.
Loop Temporal e Livre Arbítrio
A ideia de estar preso em um loop temporal é um tema recorrente no cinema, aparecendo em filmes como Feitiço do Tempo (1993), No Limite do Amanhã (2014) e Triângulo do Medo (2009).
No entanto, Infinitum: Perigo invisível adiciona um elemento extra: o fato de que o loop não é simplesmente um fenômeno aleatório, mas parte de um experimento controlado.
Isso levanta questões sobre livre arbítrio: Jane realmente tem controle sobre suas ações ou está apenas seguindo um roteiro predeterminado pelos cientistas que a observam? Infinitum: Perigo invisível não oferece respostas definitivas, deixando espaço para interpretações.
Recepção Crítica e Público
Críticas Positivas
- A criatividade e inovação na produção foram amplamente elogiadas.
- A performance de Tori Butler-Hart foi destacada como um dos pontos altos do filme.
- O uso do isolamento e da estética minimalista foram vistos como um reflexo eficaz do período da pandemia.
Críticas Negativas
- Alguns críticos apontaram que a trama poderia ter sido mais desenvolvida, com mais explicações sobre o universo do filme.
- O ritmo, por vezes, torna-se repetitivo, o que pode testar a paciência do espectador.
- As participações de Ian McKellen e Conleth Hill, embora chamativas no material promocional, são muito breves, o que pode decepcionar alguns fãs.
No geral, o filme recebeu críticas mistas, com uma avaliação de 75% no Rotten Tomatoes. Enquanto alguns espectadores apreciaram a abordagem experimental e atmosférica, outros sentiram que faltava profundidade na narrativa.
Conclusão
Infinitum: Perigo invisível não é um filme de ficção científica convencional. Ele combina uma narrativa cerebral com uma abordagem visual minimalista, criando uma experiência imersiva e intrigante.
Seu conceito de realidades paralelas e loops temporais o torna uma boa escolha para fãs de ficção científica que apreciam histórias que desafiam a lógica e brincam com as possibilidades do espaço-tempo.
Embora tenha limitações devido ao seu orçamento e método de produção, Infinitum: Perigo invisível se destaca como um exemplo de criatividade em tempos de adversidade.
Se você gosta de filmes como Coherence e Primer, e não se importa com um ritmo mais contemplativo, esta pode ser uma experiência cinematográfica interessante.
Assista ao trailer de “Infinitum: Perigo invisível”
No Brasil, “Infinitum: Perigo invisível” está disponível na Amazon Prime Video.