In the Flesh (2013-2014): Um Drama Emocionante que Reinventa o Conceito de Zumbis e Trauma Pós-Morte

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No vasto universo das histórias de zumbis, onde o foco geralmente está no terror, ação e sobrevivência, poucas produções ousaram subverter o gênero e humanizar os mortos-vivos.

A série britânica In the Flesh, exibida pela BBC Three entre 2013 e 2014, faz exatamente isso: ao invés de mostrar zumbis como monstros irracionais, apresenta uma história profunda e emocional sobre identidade, trauma e reintegração social.

Criada por Dominic Mitchell, In the Flesh recebeu aclamação crítica por sua abordagem original, lidando com temas reais e sensíveis, como preconceito, aceitação, luto e saúde mental, através da metáfora dos mortos-vivos.

Mesmo tendo durado apenas duas temporadas, a série deixou um impacto duradouro e continua a ser uma das mais inovadoras narrativas do gênero, oferecendo uma experiência emocionante e reflexiva para aqueles que procuram algo além dos clichês tradicionais dos filmes de zumbis.

Neste artigo, exploramos a trama, os personagens, os temas centrais, a recepção crítica e o legado de In the Flesh, mostrando por que essa série ainda merece ser vista.

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Sinopse: Zumbis em Reabilitação e o Trauma do Retorno

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Imagem: The Movie Database

A história de In the Flesh se passa na pequena vila fictícia de Roarton, Lancashire, alguns anos após um evento misterioso conhecido como “The Rising”, em 2010.

📌 Durante “The Rising”, milhares de pessoas que morreram no ano anterior ressuscitaram sem explicação científica e começaram a agir como zumbis ferozes e irracionais, atacando qualquer pessoa viva.

No entanto, ao contrário de outras histórias do gênero, o governo britânico descobre um tratamento para esses mortos-vivos, diagnosticando-os com Síndrome Parcialmente Falecida (PDS, na sigla em inglês) e criando programas de reabilitação e reintegração à sociedade.

O protagonista, Kieren Walker (Luke Newberry), é um desses indivíduos. Ele morreu por suicídio em 2009, ressuscitou como um zumbi e agora, após tratamento, é capaz de falar, pensar e ter consciência de suas ações.

📌 Mas será que a sociedade está pronta para aceitar os mortos de volta?

Quando Kieren retorna para sua família em Roarton, ele enfrenta preconceito, hostilidade e violência de moradores que ainda enxergam os PDS como monstros.

Sua irmã, Jem Walker (Harriet Cains), era membro da Força Voluntária Humana (HVF), um grupo paramilitar que caçava zumbis antes do tratamento, e não consegue aceitar que seu irmão voltou “à vida”.

Conforme Kieren tenta se reintegrar e lidar com o trauma do que fez e do que sofreu como zumbi, ele descobre segredos obscuros sobre Roarton e uma crescente resistência contra a reintegração dos PDS, levando a conflitos emocionais e sociais intensos.

Personagens e Elenco

Kieren Walker (Luke Newberry)

O protagonista da série, Kieren, é um jovem sensível e introspectivo que lutou contra a depressão em vida e agora precisa enfrentar o preconceito e a dor de sua ressurreição.

Jem Walker (Harriet Cains)

Irmã de Kieren e ex-membro da HVF, Jem representa a dificuldade da sociedade em aceitar os PDS, além de lidar com seu próprio trauma.

Amy Dyer (Emily Bevan)

Uma jovem vibrante e extrovertida que também é uma PDS. Diferente de Kieren, Amy abraça sua nova identidade e tenta viver plenamente, tornando-se um apoio essencial para Kieren.

Bill Macy (Steve Evets)

Um dos principais antagonistas da série, Bill é um líder local da resistência contra os PDS e representa o medo e o ódio irracional contra aqueles que são diferentes.

Simon Monroe (Emmett J. Scanlan)

Um membro de um grupo radical de PDS, Simon tem visões que o fazem acreditar que os mortos-vivos possuem um propósito maior, trazendo uma nova camada de mistério à série.

Temas Centrais: Metáfora dos Zumbis para Questões Reais

1. Preconceito e Discriminação

Os PDS são vítimas de preconceito sistemático, sendo tratados como cidadãos de segunda classe, proibidos de ter direitos básicos e obrigados a usar lentes de contato e maquiagem para parecerem “normais”.

📌 Essa rejeição serve como metáfora para o preconceito contra minorias na sociedade real, incluindo imigrantes, pessoas LGBTQIA+, pessoas com doenças mentais e outras comunidades marginalizadas.

2. Saúde Mental e Trauma Pós-Morte

A série explora a dor emocional dos PDS, que carregam memórias de seus atos violentos quando estavam irracionais e precisam lidar com o trauma de retornar a uma vida que já não lhes pertence.

📌 Kieren, por exemplo, tirou a própria vida antes de ressuscitar e agora precisa confrontar a dor de seu passado, sua família e sua identidade.

3. Religião e Fanatismo

Enquanto alguns grupos enxergam os PDS como uma aberração, outros os veem como “escolhidos” para um propósito maior. Essa dualidade cria um embate filosófico e moral, questionando como crenças podem ser usadas para justificar tanto a aceitação quanto a exclusão.

Recepção Crítica e Cancelamento

✔ No Rotten Tomatoes, a série possui 97% de aprovação, sendo elogiada por sua narrativa original, atuações brilhantes e temas profundos.

✔ O The Guardian chamou In the Flesh de “uma das melhores séries sobrenaturais da década”.

🚨 Infelizmente, devido a cortes de orçamento na BBC Three, a série foi cancelada após sua segunda temporada, deixando algumas tramas em aberto.

Mesmo assim, In the Flesh conquistou uma base de fãs fiel, que ainda luta por um retorno da série em outra plataforma.

Vale a Pena Assistir In the Flesh?

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Imagem: The Movie Database

✔ Se você gosta de dramas emocionais, histórias inovadoras sobre zumbis e críticas sociais bem construídas, In the Flesh é uma série obrigatória.

✔ A produção consegue reinventar o conceito dos mortos-vivos, trazendo uma abordagem humana e sensível ao tema.

✔ Apesar de ter apenas 9 episódios no total, a série deixa uma forte impressão, provando que o gênero zumbi pode ser mais do que apenas terror e ação.

Assista ao trailer de “In the Flesh”

No Brasil, “In the Flesh” não está disponível para streaming. No entanto, você encontra a série na Amazon Prime Video, dependendo da região.