Filme romântico que é releitura de “Hamlet” é o mais belo romance da Netflix

Uma releitura contemporânea e agradável de Shakespeare

Em “Ofélia“, lançado em 2018 por Claire McCarthy, Lisa Klein, doutora em Literatura pela Universidade de Indiana, reinventa uma das mais famosas e complexas obras de William Shakespeare. Ao mesmo tempo contemporâneo e profundo, este filme narra a história de amor e intriga entre a personagem-título e Hamlet. Através de uma abordagem feminina e sensível, o filme torna a figura trágica de Ofélia uma protagonista mais ativa e completa do que tradicionalmente retratada na literatura.

Portanto, o que torna esta adaptação atraente é que ela explora a complexidade de Ofélia e Hamlet com uma voz única e moderna, evocando tons vivos e pré-rafaelitas em sua apresentação pitoresca. Com um elenco talentoso e uma mudança radical na perspectiva da narrativa, este filme oferece uma visão nova e emocionante da obra de Shakespeare.

Imagem: Netflix
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Como o filme “Ofélia” se diferencia das adaptações anteriores de Hamlet?

Nas mãos de Claire McCarthy, Lisa Klein e seu diretor de fotografia Denson Baker, esta versão de “Ofélia” apresenta um retrato belo e refrescante da personagem central, interpretada por Daisy Ridley. Essa abordagem contrasta radicalmente com as representações anteriores de Hamlet, que tendiam a ser mais sombrias e pessimistas. Em vez disso, o filme destaca o espírito livre e autêntico de Daisy Ridley como Ofélia, que ousa desafiar as normas sociais e lutar pelo que acredita.

Além disso, os outros personagens também são complexos e multidimensionais. A rainha Gertrudes (Naomi Watts) e o príncipe Hamlet (George MacKay) frequentemente se movem pelos bastidores da trama, deixando espaço para que Ofélia assuma um papel mais proeminente como espiã, informante e manipuladora dos eventos. Dessa forma, “Ofélia” se destaca como uma história única e inovadora no universo da dramaticidade de Shakespeare.

Qual é a importância do romance entre Ofélia e Hamlet no filme?

Ao contrário das adaptações de Shakespeare feitas por Franco Zeffirelli ou Kenneth Branagh, o romance entre Ofélia e Hamlet, em “Ofélia” é desenvolvido e explorado mais profundamente. É mostrada uma conexão verdadeira entre eles, trazendo à tona as emoções e motivações por trás de seu amor. Na trama, eles se envolvem em um romance secreto enquanto investigam a morte do rei (Nathaniel Parker) e enfrentam os desafios impostos pela sujeira moral que permeia a corte.

Essa ênfase no aspecto amoroso confere uma dimensão adicional ao filme, tornando-o ainda mais atraente e envolvente. O romance presente na história é um contraponto aos temas trágicos e sombrios que rodeiam a narrativa, conferindo um toque de leveza e humanidade à obra.

Imagem: Netflix
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O que torna “Ofélia” uma releitura contemporânea e agradável de Shakespeare?

Um dos aspectos mais marcantes do filme é a forma como o filme consegue ser fiel à obra original, ao mesmo tempo que incorpora elementos contemporâneos e atuais. A personagem principal, Ofélia, é retratada como uma mulher moderna e vanguardista, transcendendo os limites impostos pela sociedade da época.

A ambientação do filme também é acertada, com cenários e figurinos que evocam um cenário de época, mas sem deixar de lado o tom contemporâneo da obra. Além disso, os diálogos e a linguagem utilizada são acessíveis e fieis ao contexto atual, tornando o filme mais fácil de ser compreendido e apreciado por um público mais amplo.

Em resumo, “Ofélia” se destaca por ser uma releitura agradável e inovadora da obra de Shakespeare, que traz uma perspectiva feminina e sensível para a história. Ao mesmo tempo que mantém fidelidade à trama original, o filme apresenta uma versão mais atual e dinâmica, tornando-o relevante e emocionante para o público contemporâneo.