Abel Ferrara e a exploração da realidade do suspense “Zeros e uns”

Abel Ferrara adentra no âmbito dos filmes experimentais com “Zeros e uns“. O diretor se aprofunda em um universo onde a realidade é questionada a todo momento e lança luz sobre a forma como as circunstâncias e imagens contemporâneas são percebidas e interpretadas.

Em meio a um cenário de für como a pandemia, Ferrara utiliza esse evento global para entregar uma distopia que beira o real e o onírico, uma realidade à qual ainda debatemos e enfrentamos dia após dia.

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Um thriller para os sentidos

O suspense “Zeros and Ones” traz Ethan Hawke no papel de um soldado que viaja à Roma com a missão de impedir um potencial ataque terrorista. Enquanto está de passagem pela cidade, ele também busca seu irmão, um revolucionário que pode desvendar informações cruciais sobre a ameaça em questão.

Porém, apesar da trama elaborada para este thriller, Ferrara usa essa premissa como uma desculpa para criar cenas e imagens que exploram o mistério de suas circunstâncias, em vez de apenas contar uma história linear.

O que podemos esperar do suspense “Zeros and Ones”?

Ao assistir o suspense “Zeros and Ones”, o espectador se depara com uma jornada por imagens que simulam uma realidade distópica contemporânea, um eco da situação do mundo sob o impacto da pandemia. O diretor usa belamente as técnicas de filmagem de Sean Price Williams para criar uma narrativa visual que mantém um equilíbrio entre o cru e o onírico.

Em toda sua construção, o filme toma lugar em um cenário que aprece estar na iminência de um ataque, como se fosse um vestígio de um mundo que nunca assimilamos completamente. As contradições e misturas entre personagens e tramas apenas contribuem para essa sensação de espectador desorientado em uma realidade abalada.

Uma experiência audiovisual ímpar

“Zeros and Ones” atrai a atenção do espectador para além da narrativa clássica de um thriller. Com uma abordagem que confunde a realidade com a ficção, Ferrara cria um filme onde ação e imagem ecoam uma trama inexplorada e irresolvida.

Embora inicialmente possa causar frustração por sua abordagem não convencional, o filme oferece uma experiência audiovisual insuperável, que desafia os limites entre a realidade e o cinema em sua essência. Uma obra inovadora que conecta emoção, ação e sensorialidade, sem dúvida, um marco na carreira de Abel Ferrara.