Boneca Russa: 2ª Temporada | Crítica

Durante a primeira temporada de Boneca Russa, Nadia Vulvokov (Natasha Lyonne) estava presa em uma espécie de loop temporal, tendo morrido mais de 20 vezes das maneiras mais diversificadas possíveis como atropelada, eletrocutada, baleada e muito mais.

A primeira temporada consegue criar uma incógnita na cabeça do telespectador, que a cada cena e episódio ficava ainda mais “bugado” tentando entender o que estava acontecendo.

Depois de uma certa dificuldade ao entender o que estava realmente acontecendo com Nadia, conseguimos tirar a conclusão de que na verdade ela só precisava ser uma pessoa melhor para conseguir sair de vez daquele looping infinito, fazendo até a série fechar com um episódio bem redondo, não deixando uma brecha grande para uma segunda temporada.

Segunda temporada de Boneca Russa entrega um novo enredo

Nadia, personagem principal de Boneca Russa, na segunda temporada disponível na Netflix
Reprodução: Netflix

Após terminar a primeira temporada eu nunca imaginei que haveria uma segunda temporada, e nunca nem achei necessário apesar de ter amado a primeira temporada, todo o clima, o universo e seus personagens, mas eu estava completamente errado quanto a isso.

A segunda temporada deixa de lado de vez o loop temporal que fazia com que Nadia morresse inúmeras vezes e dessa vez trás uma trama envolvendo viagem no tempo e que possivelmente pode até mesmo ter causado uma anomalia na linha temporal.

O objetivo da segunda temporada de Boneca Russa também é outro, não é mais fazer com que Nadia seja uma boa pessoa, e sim ensinar não só a ela, mas também a todos os telespectadores a como processar um luto, entender suas dores e que precisamos sempre pensar e andar em frente.

Um passeio histórico

Pouco antes de seu aniversário de 40 anos, Nadia precisa ir ao hospital pois houve um acidente que envolvia Ruth, sua madrinha e mãe adotiva. Ao embarcar em um trem com o número 06 no vagão, tudo mudou.

Quando Nadia percebeu, ela não estava mais onde deveria estar, tendo voltado exatamente 40 anos atrás, em 1982, o ano em que Nadia nasceu, ou melhor, ainda nem havia nascido naquele momento.

Ao voltar no tempo, Nadia percebe muitos erros em sua família e acaba tendo como missão resolvê-los, sendo alguns deles como roubos, períodos de reabilitação, fortuna familiar perdida e muito mais, e para isso ela precisou utilizar a sua “máquina do tempo” algumas vezes.

Durante a temporada pegamos Nadia indo e vindo no vagão 06 inúmeras vezes, para tentar cada vez mais descobrir segredos do passado e tentar resolvê-los, o que muitos sabem que é um grande erro, pois isso pode causar alguns certos problemas na linha temporal – Flash que o diga -.

Vale a pena assistir Boneca Russa?

Diferente de muitas séries que trazem uma continuação sucinta da primeira temporada, Boneca Russa não entrega exatamente o que o público espera, até mesmo porque muitos não esperavam nada, já que não era necessário uma segunda temporada.

A segunda temporada cria inúmeras incógnitas e deixa nossa cabeça ainda mais confusa, o que de certa forma é bom, porque teorias podem ser criadas e trazem uma longevidade maior para o programa, e esse com certeza é um acerto.

O destino da temporada se perde em inúmeros momentos, fazendo até mesmo ficar um pouco confuso ou tentando se alongar ainda mais após uma solução ser encontrada, mas o propósito nunca foi outro: superar a dor do luto.

natasha lyonne no poster de boneca russa 2 reproducao twitter
Fonte: Netflix

Por mais que em certos momentos pode ser um tanto quanto confuso, e o próprio Alan, personagem que na primeira temporada também estava em um loop temporal com Nadia ser um bem subutilizado nessa temporada, Boneca Russa é uma boa pedida para ser maratonada no final de semana.

Boneca Russa trás atuações impecáveis, uma fotografia digna dos anos 80 e uma trilha sonora impecável, além de conseguir deixar o telespectador muito intrigado durante cada episódio.

A perfeição realmente não foi alcançada nesta temporada, diferente do que acontece com a primeira em minha opinião, mas tenho certeza que não é uma série para ser dispensada tão facilmente.