Black Sails (2014–2017): A Prequela de “A Ilha do Tesouro” e a Pirataria no Século XVIII
Black Sails (2014–2017) é um drama histórico e de aventura que se passa no auge da pirataria no século XVIII, servindo como uma prequela para o clássico literário A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson.
Com uma narrativa cheia de intriga, alianças volúveis e batalhas intensas no mar, o drama mergulha profundamente no mundo dos piratas, explorando as complexas dinâmicas entre piratas, impérios coloniais e a luta pelo poder no mar.
Ao contrário de outras produções sobre piratas, Black Sails oferece uma visão mais realista e multifacetada da pirataria, abordando os dilemas éticos, a sobrevivência e as relações de poder que moldaram essa época histórica.
Com uma excelente produção e um elenco talentoso, o drama ganhou uma base de fãs dedicada e foi elogiada pela crítica por sua abordagem mais sombria e madura sobre o tema. Se você é fã de histórias sobre piratas ou de dramas históricos, Black Sails é uma obra que não pode ser ignorada.
Neste artigo, exploraremos os aspectos mais marcantes de Black Sails, desde seus personagens complexos até as relações de poder que definem o cenário pirata no século XVIII.
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A Premissa de “Black Sails”: A Prequela de “A Ilha do Tesouro”
O Cenário: Pirataria no Século XVIII

Ambientada no início do século XVIII, Black Sails segue as aventuras do capitão Flint e sua tripulação, enquanto enfrentam não apenas as perigosas águas do Caribe, mas também uma luta constante por território, recursos e poder.
O drama começa com uma prequela do clássico de pirataria “A Ilha do Tesouro”, de Robert Louis Stevenson, apresentando personagens que mais tarde ganhariam destaque no livro, como Long John Silver e o próprio Capitão Flint.
Flint, interpretado por Toby Stephens, é um capitão pirata astuto e enigmático, cuja busca por riquezas e poder o coloca em constante conflito com as potências coloniais e outros piratas.
A série explora a maneira como Flint forja sua identidade e as razões por trás de sua transformação de um homem com princípios para um dos piratas mais temidos do Caribe.
O Desenvolvimento dos Personagens Principais
Os personagens de Black Sails são o coração da série. Cada um deles é multidimensional e se depara com dilemas morais, pessoais e estratégicos, o que adiciona profundidade à narrativa. Entre os personagens mais importantes, destacam-se:
- James Flint: Capitão pirata astuto, com um passado obscuro e cheio de segredos. Sua jornada é marcada pela luta por poder e pela construção de sua identidade como líder pirata.
- John Silver: Inicialmente apresentado como um jovem astuto e oportunista, Long John Silver (interpretado por Luke Arnold) se torna um dos personagens mais fascinantes do drama. A transição de Silver de um simples “ladrão de comida” para uma figura-chave no mundo pirata é um dos maiores destaques da trama.
- Eleanor Guthrie: Interpretada por Hannah New, Eleanor é uma mulher forte e ambiciosa, dona de uma importante taverna que serve como um ponto central para os piratas. Ela busca equilibrar seus próprios interesses e sua lealdade aos piratas com as pressões externas do império britânico.
- Charles Vane: Interpretado por Zach McGowan, Vane é um pirata brutal, impulsivo e, muitas vezes, violento, mas também um líder carismático, cuja relação com Flint oscila entre a amizade e o antagonismo.
Cada um desses personagens, com suas próprias motivações e falhas, contribui para o desenvolvimento de uma trama densa e cheia de reviravoltas.
A Relação Complexa Entre Piratas e Impérios Marítimos
A Luta pelo Poder no Mar
Uma das grandes forças de Black Sails é sua capacidade de explorar a luta pelo poder entre piratas e as potências marítimas que dominam o Caribe no século XVIII, como a Grã-Bretanha e Espanha.
O drama não romantiza a pirataria, mas a apresenta como uma luta desesperada pela sobrevivência em um mundo onde a lealdade e a moralidade são fluídas e frequentemente desafiadas.
Flint e outros piratas enfrentam as forças coloniais, que buscam retomar o controle das terras e riquezas do Caribe, o que resulta em uma série de conflitos e intrigas políticas.
O drama examina como essas potências tentam dominar os mares, usando suas marinhas e estratégias para neutralizar as ameaças piratas.
A Influência do Império Britânico
Ao longo do drama, a presença do império britânico é uma força constante, seja através de personagens como Robert Barlow, um oficial britânico, ou da marinha real britânica, que tem como objetivo erradicar os piratas.
A relação entre piratas e o império é caracterizada por uma tensão constante, com os piratas tentando ganhar controle sobre os mares enquanto os britânicos tentam impor sua ordem e expandir seu império colonial.
Piratas e o Código de Honra
Embora a pirataria seja frequentemente associada ao caos e à anarquia, Black Sails também investiga o código de honra dos piratas, uma espécie de conjunto de regras não escritas que regem as ações dos piratas.
O drama apresenta um ambiente onde, apesar da brutalidade, há um senso de lealdade e justiça, com alguns piratas seguindo suas próprias regras de ética. Esse código de honra torna-se central para a dinâmica entre os piratas e a interação entre os próprios personagens.
A Jornada de John Silver: De Jovem Oportunista a Lenda
A Ascensão de Long John Silver
Long John Silver, interpretado por Luke Arnold, é sem dúvida um dos personagens mais fascinantes de Black Sails. Sua jornada de um jovem oportunista para o lendário pirata que conhecemos na obra de Stevenson é uma das principais linhas narrativas do drama.
O personagem passa de uma figura quase cômica, com uma personalidade charmosa e sarcástica, para um líder pirata estratégico e implacável.
Sua relação com Flint é particularmente interessante, pois ele começa como aliado e passa a se tornar um dos principais rivais de Flint, estabelecendo-se como um personagem cuja lealdade e intenções são constantemente questionadas.
O drama oferece uma visão de Silver muito mais complexa do que o estereótipo do pirata de um só braço, dando-lhe uma profundidade psicológica que eleva a trama.
A Produção e a Recepção da Crítica
Black Sails foi amplamente elogiada por sua produção de alto nível, com destaque para os cenários detalhados, os efeitos especiais impressionantes e a coreografia das cenas de ação no mar.
As batalhas navais, em particular, são um dos maiores atrativos do drama, oferecendo uma visão espetacular das confrontações entre piratas e a marinha real.
Além disso, a série foi bem recebida pela crítica por seu roteiro inteligente, personagens profundos e pelo modo como desenvolve temas complexos como lealdade, poder e identidade.
Embora tenha tido uma audiência relativamente pequena durante sua exibição, Black Sails ganhou uma base de fãs dedicada e é frequentemente lembrada como uma das melhores séries de piratas já produzidas.
Conclusão

Black Sails é uma série que vai muito além da simples imagem do pirata aventureiro.
Ao se concentrar em personagens complexos, relações de poder e a luta pela sobrevivência no século XVIII, ela apresenta uma visão madura e multifacetada da pirataria, desafiando os clichês de filmes e séries mais tradicionais sobre o tema.
Como prequela de A Ilha do Tesouro, ela oferece uma nova camada de profundidade aos personagens icônicos de Stevenson, especialmente Long John Silver e James Flint.
Com sua mistura de ação, drama e exploração filosófica, Black Sails se estabelece como uma das melhores produções de aventura histórica dos últimos anos, que continua a influenciar a maneira como os piratas são retratados na cultura popular.
Assista ao trailer de “Black Sails”
No Brasil, “Black Sails” está disponível na Amazon Prime Video.