Lançada em 2017, Atypical se destaca como uma comédia dramática sensível e encantadora, que coloca no centro da trama um adolescente com autismo, Sam Gardner, enquanto ele percorre os desafios da adolescência, busca por independência e seus primeiros passos no mundo dos relacionamentos.
A série, disponível na Netflix, traz à tona questões de identidade, autodescoberta e as dinâmicas familiares, tudo isso com uma abordagem sincera, mas com muito humor e emoção.
Criada por Robia Rashid, Atypical foi aclamada por sua representação cuidadosa do autismo e sua habilidade de equilibrar momentos de leveza com questões mais profundas.
A série não apenas foca na vida de Sam, mas também explora como sua condição afeta as pessoas ao seu redor, abordando a importância do apoio familiar e da aceitação.
Atypical também destaca a jornada de autodescoberta, tanto do protagonista quanto dos outros membros da sua família.
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O Enredo de Atypical

Sam Gardner: O Adolescente com Autismo
O protagonista, Sam Gardner (interpretado por Keir Gilchrist), é um adolescente com autismo de 18 anos que vive em uma cidade suburbana dos Estados Unidos.
Sam possui uma visão única do mundo ao seu redor, o que o torna uma pessoa extraordinária e, ao mesmo tempo, um tanto desafiadora em seus relacionamentos com os outros.
O foco de sua vida em Atypical é sua busca por independência, uma vida amorosa e, principalmente, o desejo de ser mais autossuficiente.
O ponto de partida da trama é a decisão de Sam de querer namorar, o que desencadeia Atypical de eventos que o ajudam a amadurecer.
Sua jornada começa com a decisão de convencer seus pais de que ele está pronto para começar a viver de maneira mais independente, o que não só exige que ele se envolva em situações sociais mais complexas, mas também que seus pais se adaptem à ideia de que Sam está pronto para a vida adulta.
A Família de Sam: Uma Dinâmica Complexa
Além de Sam, Atypical foca fortemente nas dinâmicas familiares e no impacto que o autismo tem na vida dos membros de sua família. A mãe de Sam, Elsa Gardner (interpretada por Jennifer Jason Leigh), é uma mulher muito protetora, que tem dificuldade em deixar Sam conquistar sua independência.
Ela está constantemente tentando “consertar” as situações, mas sua jornada ao longo de Atypical a leva a perceber que sua superproteção pode ser um obstáculo para o crescimento do filho.
O pai de Sam, Doug Gardner (interpretado por Michael Rapaport), está, por sua vez, tentando se conectar mais com Sam, mas luta para entender completamente a perspectiva de seu filho.
Ele é um homem mais reservado, com dificuldades em expressar emoções, o que cria uma tensão, mas também uma jornada de reconciliação e amadurecimento dentro da família.
A irmã de Sam, Casey Gardner (interpretada por Brigette Lundy-Paine), é outro personagem crucial na história.
Embora seja uma adolescente comum com sua própria vida social e desafios, ela se vê muitas vezes assumindo um papel de apoio para o irmão, o que a leva a questionar sua própria identidade e a lidar com o impacto de ser a “irmã de Sam”.
O desenvolvimento de Casey é tão importante quanto o de Sam, pois Atypical também explora o impacto do autismo nas outras pessoas ao seu redor.
A Busca por Independência e Autossuficiência
Os Desafios de Sam no Mundo Real
Ao longo da série, vemos Sam enfrentando vários desafios que muitas pessoas com autismo também enfrentam no mundo real.
A interação social, a comunicação e a adaptação às mudanças são constantes obstáculos para ele, mas também são as áreas que ele mais deseja dominar para alcançar sua independência.
A busca de Sam por um emprego, por relacionamentos amorosos e até mesmo sua tentativa de entender a vida adulta são questões que geram cenas comédicas, mas também momentos muito emocionantes e profundos.
A série não se limita a mostrar apenas as dificuldades de Sam, mas também celebra suas vitórias, como quando ele começa a trabalhar como assistente em uma loja de animais e quando ele consegue uma namorada, Paige (interpretada por Kaitlyn Maher).
A jornada de Sam é cheia de altos e baixos, mas, ao longo do caminho, ele começa a descobrir novas formas de interagir com o mundo e, mais importante, de se aceitar como é.
A Superação dos Preconceitos
Outro aspecto central de Atypical é a forma como a série aborda o preconceito e a falta de compreensão sobre o autismo.
Ao mostrar Sam em situações cotidianas — como em interações com colegas, chefes ou em suas tentativas de namoro — a série evidencia a falta de compreensão que muitas pessoas têm em relação ao autismo.
Sam, por sua vez, precisa aprender a lidar com esses preconceitos, muitas vezes com um senso de humor inusitado e uma abordagem única que o torna ainda mais cativante.
A série, assim, não só conta a história de um adolescente em busca de independência, mas também desafia o público a refletir sobre como a sociedade trata aqueles que são diferentes e como as pequenas atitudes de inclusão podem fazer toda a diferença na vida de uma pessoa.
Identidade, Família e Autodescoberta
O Processo de Autodescoberta de Sam
A jornada de Sam não é apenas sobre aprender a viver de maneira independente, mas também sobre autodescoberta. A série trata de como ele começa a entender e a afirmar sua identidade, especialmente em relação a questões como sua capacidade de amar e se relacionar.
Sam tem que lidar com o conceito de “normalidade” e aceitar que a sua versão da vida é tão válida quanto a de qualquer outra pessoa.
A série também explora o conceito de identidade a partir da perspectiva dos outros membros da família. Elsa, a mãe, se vê confrontada com a ideia de que seu filho está crescendo e se tornando uma pessoa com seus próprios desejos e necessidades.
Ela se vê forçada a lidar com a perda do controle e a aprender a dar espaço para Sam crescer. A jornada de Elsa é tanto sobre aprender a deixar o filho viver sua vida quanto sobre descobrir quem ela é fora de seu papel como mãe.
Casey e o Impacto de Ser a “Irmã de Sam”
Casey, a irmã de Sam, também passa por um processo de autodescoberta. Ao longo das temporadas, ela busca seu próprio caminho e tenta entender o que significa ser a irmã de alguém com autismo.
Ela questiona seu papel na família e tenta equilibrar suas próprias aspirações com as responsabilidades de ser a “irmã que cuida” de Sam. Isso a leva a um crescimento significativo, tanto em termos de suas relações familiares quanto de sua vida pessoal.
A Produção e Recepção de Atypical
Produção e Direção
Atypical é notável por sua abordagem cuidadosa e sensível ao tema do autismo. A série foi criada por Robia Rashid, que trabalhou em estreita colaboração com consultores especializados em autismo para garantir que a representação fosse autêntica.
Além disso, o elenco foi elogiado por sua habilidade em retratar as complexidades dos personagens de forma genuína e emocionalmente ressonante.
Recepção Crítica e Popularidade
A série foi bem recebida pela crítica, especialmente pela forma como equilibra comédia e drama de maneira eficaz.
A atuação de Keir Gilchrist como Sam foi amplamente elogiada, assim como o desenvolvimento dos outros membros da família. Atypical também foi elogiada por trazer uma nova perspectiva sobre o autismo, abordando questões importantes com sensibilidade e humor.
Conclusão

Atypical é uma série encantadora e comovente que não só traz à tona questões importantes sobre o autismo, mas também explora as complexas dinâmicas familiares e os desafios da adolescência.
A jornada de Sam em busca de independência e autodescoberta ressoa profundamente com os espectadores, enquanto a série como um todo oferece uma representação realista e sensível de como as famílias lidam com a presença de um membro com autismo.
Ao combinar momentos de humor com reflexões profundas, Atypical se estabeleceu como uma das comédias dramáticas mais tocantes e relevantes da década.
Assista ao trailer de “Atypical“
No Brasil, “Atypical” está disponível na Netflix.