A dificuldade de se adaptar animações para versões live actions

Afinal, toda adaptação live action consegue reproduzir o que a obra original trouxe inicialmente?

Quando falamos de adaptações de animações em live action, normalmente imaginamos as adaptações feitas pela Disney com os remakes de seus clássicos, como é o caso de O Rei Leão (2019) e A Bela e a Fera (2017). Porém o principal problema dessas adaptações é justamente o fato de tentar trazer a mesma sensação que as animações traziam.

Seja os sentimentos que a produção original trazia, os trejeitos dos personagens do filme, as releituras das animações para os live actions é sempre um tema complicado. Um ótimo exemplo disso é o já citado O Rei Leão, o filme de 2019 provavelmente foi umas das produções mais esperadas da Disney nos últimos anos, porém o filme tem um grande problema.

O fato do filme ser basicamente um cópia e cola da obra original de 1994, somente trazendo uma nova roupagem para a história. O filme não traz nada muito novo, servindo basicamente como o filme original refeito com gráficos realistas, inclusive vale uma discussão se o filme de O Rei Leão de 2019 é um live action ou não, mas isso fica pra outra hora.

Adaptações de animações do ocidente:

No entanto, temos que levar em conta que quando comparamos animações com live actions, é importante lembrar que a forma de se contar uma história é diferente nos dois modelos de adaptações. Leve em conta Rick and Morty que é uma animação que só conseguem contar sua história e cativar seu público por ser uma animação.

Afinal, não é tão simples você reproduzir tão bem uma cena da Cidadela dos Ricks ou o Parque da Anatomia com atores reais, seja com um fundo verde ou um set montado pra isso, nem sempre é feito de uma forma que não incomode quem está assistindo. E isso é um dos grandes pontos de o porquê nem sempre adaptar uma obra animada em live action é uma boa ideia.

Rick and Mory (2013-2021)
Rick and Mory (2013-2021)
Rick and Mory (2013-2021)
Rick and Mory (2013-2021)

 

Lógico que existem casos em que os elementos da animação são bem adaptados para o “mundo real”, pegue por exemplo A Bela e a Fera de 2017. Além da própria Fera, outros personagens que na história original se transformam em objetos animados, como é o caso de Lumiére e Cogsworth, a forma que a produção trouxe eles como objetos que se movem e que possuem feições humanas foi uma escolha certa.

A Bela e a Fera (2017)
A Bela e a Fera (2017)
A Bela e a Fera (2017)
A Bela e a Fera (2017)

Você pode até mesmo dizer que existem exemplos de como animações que tem uma pegada mais psicodélica, como é o caso de Rick and Morty, receberam ótimas adaptações com atores reais.

Pegue por exemplo as propagandas que foram feitas para a 5ª temporada da animação:

 

Apesar de ser uma ótima brincadeira, e também por trazer Christopher Lloyd que serviu de inspiração para o Rick, os vídeos apresentados são feitos para servirem como um “presente” da Adult Swim para os fãs da animação, não passa disso, e infelizmente não aparenta ter futuro com uma adaptação live action.

No final, para que uma adaptação de animação para outra mídia, seja bem sucedida, é necessário um trabalho quase hercúleo. Indo desde a necessidade de trazer o estilo da animação para uma roupagem mais realista, até a questão de se será feito apenas um remake da mesma história, ou se veremos novidades ou não nessa nova versão.

Adaptações de animes e/ou obras orientais no geral:

Agora, quando falamos de live actions inspirados em animes, mangás, manhuas ou qualquer outra obra de origem asiática é que entramos em uma área mais complicada ainda. Se levarmos ao pé da letra, os animes e mangás geralmente são histórias que possuem elementos que quando levados para o live action, ou se tornam muito toscos ou são quase impossíveis de serem feitos de uma forma plástica.

Pegue por exemplo dois animes/mangás que já possuem suas adaptações para live action, Death Note e Terra Formars. As duas histórias possuem seus próprios estilos, com um traço muito característico em cada uma, olhe as seguintes imagens por exemplo:

Observando as fotos é possível notar que a semelhança entre anime e mangá é muito próxima, pode até ser dito que isso acontece devido ao fato de o anime ser basicamente o “mangá com movimento e som”.  E realmente não deixa de ser isso, mas o principal ponto dos animes é que quando eles são feitos, a intenção é realmente trazer a história do mangá pra um público mais amplo, além é claro de comprimir vários capítulos em uma episódio só.

Apesar dos filmes também servirem para apresentar essas obras para um público maior que os do animes, nem sempre isso dá certo. Muitas vezes as adaptações não consegue trazer todo o espirito que a obra original traz, assim como acontece em alguns livros, e isso acaba por trazer uma impressão ruim das obras originais.

Se você ir para o lado de animes como Dragon Ball, Naruto e One Piece, ai que a adaptação realmente se torna mais difícil de ser bem feita. Pegue One Piece como exemplo, que inclusive vai ganhar uma versão live action pela Netflix, Luffy o protagonista da história é um personagem que basicamente é feito de borracha, e seus poderes de luta são baseados nisso. Suas habilidades são muito bem representadas no mangá ou no anime, e trazer isso pro live action vai ser realmente um desafio enorme.

Importante lembrar também que algumas vezes que foram feitas adaptações desses animes para o cinema ocidental, não foram bem aceitas. Pegue o filme de Dragon Ball: Evolution, o filme que adaptou o clássico anime que passava na Tv Globinho e trouxe uma versão mais americanizada da história do Guerreiro Sayajin Goku e de seus aliados e inimigos, e na falta de uma palavra melhor esse filme só pode ser definido como desastroso.

Não há como negar que as adaptações live actions de obras asiáticas não possuem um histórico muito bom, e sempre que uma nova adaptação desse estilo é anunciada, não tem como não ficar com uma pulga atrás da orelha para elas.

Uma possível trava criativa para novos filmes:

Tirando todos os exemplos positivos e negativos dessas adaptações, tem outra questão que fica no ar, porque trazer histórias já feitas ao invés de criar novas?

Até faz sentido quando falamos de animações mais antigas, como Bambi, Dumbo, Cinderela e tantas outras, mas afinal, porque simplesmente não fazer essas animações de uma forma que se enquadre mais nos tempos atuais. Mas, pensando por um lado criativo, essa também parece ser uma opção mais “preguiçosa”, ainda mais levando em conta que esses remakes apelam para o lado da nostalgia do público.

E quando pensamos que atualmente muitos filmes novos que saem são apenas remakes de obras antigas, não temos como negar que parece haver uma trava dentro dos roteiristas. Não que remakes, reboots e continuações diretas sejam ruins, mas ter coisas novas que não estão ligadas com histórias clássicas são sempre bem vindas.

Por fim parece que atualmente o cinema se baseia em grande parte em trazer adaptações num geral, sejam elas baseadas em animações, quadrinhos, livros, série ou até mesmo outros filmes. E parece ser uma “onda” que aparenta perdurar por muitos anos ainda.

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